segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sinais de que você deveria ter uma moto

Hoje, eu olhei a data de emissão da minha carteira de motoqueiro, e percebi que estou habilitado há 10 meses já, e andando de moto há 6 meses.
Apesar do pouco tempo, tive um, digamos, treinamento intensivo, já que andar em São Paulo realmente não é fácil, nem a pé!
Pra agravar ainda mais a coisa, comecei andando pela 23 de Maio, considerada por muitos motoqueiros experientes, um dos piores lugares pra andar de moto na cidade.

Já carta de motorista de carro eu já tenho há muito mais tempo, porém, desde que me mudei pra São Paulo, praticamente só usei o carro a passeio.
Eu admito, não sou um bom exemplo de motorista paulistano, pois como diz um amigo meu, quando eu estou parado no semáforo já saio dizendo que peguei trânsito, e que eu não conheço o verdadeiro trânsito da cidade. Ele está certo!

Porém, querendo ou não, ando pelas ruas dessa cidade há 14 anos, e é possível identificar o perfil de alguns motoristas de carro. Vou ainda mais longe, e digo que esse perfil não é exclusivo do pessoal daqui, e gostaria de comentar sobre alguns desses perfis, pois acredito que muita gente estaria muito melhor andando de moto do que de carro.
Sério, de coração, não é deboche nem nada, mas eu acredito de verdade que muita gente por aí poderia estar muito mais feliz e bem humorada, e pode estar perdendo tempo:

O apressado

Não importa o motivo, não importa a potência do motor, tem cara que está sempre com muita pressa!
Ontem, Domingão ensolarado e o pessoal dando um passeio por aí, todos descontraídos, sorridentes e animados, e uma moça atrás de mim, DESESPERADA pra passar. Mas o caminho na minha frente estava parado, e ainda assim a deixei passar. Ou seja, a moça ficou UM CARRO a frente do trânsito todo, e pior, andando no meio das faixas, pra poder aproveitar fosse lá qual dos dois lados abriria espaço primeiro.
Moça, você seria uma boa motoqueira, viu!? Não iria precisar pressionar o carro da frente, e poderia ficar ali entre as duas faixas sem atrapalhar ningúem. E mais legal ainda, poderia ir embora entre as duas filas de carros, e nem precisaria correr :D

O Ayrton Senna

Sério, a justificativa é super válida, e não é nem um pouco fútil. Conheço pouquíssimas pessoas que não gostam de velocidade. Cara, todo mundo gosta, seja correndo a pé, de bicicleta, pulando de para quedas, no video game.
Não tem jeito, é uma das maneiras mais gostosas de aumentar a adrenalina, e a Física é de graça rapaz, basta aumentar a velocidade de qualquer jeito que você conseguir!

Embora, seja um pouco parecido com o apressado, o amigo Senna tem paixão, ou até as vezes, obsessão por velocidade! É aquele cavalheiro (ou dama, porque não) que aproveita todas as oportunidades pra acelerar  carro, fazer valer a pena o investimento no ronco do motor e de repente, até chamar a atenção das mocinhas na rua, que provavelmente também são fãs da velocidade!

O problema é que deve ser super frustrante gostar de correr e ter que parar no trânsito ou pegar um motorista mais lerdo na sua frente. Sem contar que é super arriscado correr com um veículo desse tamanho, e que, deus me livre guarde, acontece um imprevisto e a pessoa perca o controle do carro, pode fazer um grandioso "strike" e machucando um monte de gente na calçada ou até mesmo no trânsito.

Senninha, pegue uma moto! A adrenalina sobe muito mais rápido e até com menos velocidade, pois você sente no corpo o vento conforme vai acelerando.
A agilidade da moto te dá liberdade pra fazer manobras seguras com velocidade mais alta, coisa mais arriscada de se fazer com o carro.
Existem motos cujo foco é totalmente na velocidade, e elas nem custam muito caro! Não perca tempo, tire sua carteira de motoqueiro e faça um test ride!

O lobo solitário

Esse é provavelmente a maioria. Nossa, aqui perto de casa tem uma rua perpendicular a avenida Jabaquara que fica super cheia de carros entre as 18 e as 20 da noite todo dia.
Claro, esse é apenas um pequeno exemplo de uma rua cheia. E nem é trânsito, e sim um semáforo que demora pra caramba pra abrir, pois a preferência é pra quem está na avenida.
Conclusão: você acaba ficando preso em 2 quarteirões por uns 4 ou 5 ciclos de abertura e fechamento do semáforo.
As vezes eu vou no supermercado da esquina (a pé, normalmente) e me deparo com aquela cena triiiiiiiiste, as pessoas cabisbaixas, chateadas, cansadas, apoiando a cabeça no braço, que está apoiado na porta aberta... é tão triste...

Então eu começo e brincar de contar quantas pessoas estão sozinhas no carro, e é aí que eu fico ainda mais triste! Quase todos os carros estão com apenas o motorista!
Então eu penso que aquela pessoa triste e moribunda poderia estar feliz e saltitante lá na frente com sua moto, esperando o semáforo abrir e seguir viagem, tomando um vento no rosto, em movimento, passeando, curtindo a paisagem.
Amigo solitário, você poderia estar ocupando o espaço de 1/4 do que seu carro ocupa, e poderia economizar ao menos 4 ciclos do semáforo! Pense nisso

O exibidão

Tem os que gostam de ostentar, tem os que são ricaços e adooooooooram desfilar com suas super máquinas caras e bonitas, tem o rapaz que adora fazer parte desse grupo e financia um baita carrão em 4 gerações, enfim, tem bastante gente por aí que, independente do motivo, curte chamar a atenção nas ruas.

Amigo, as vezes o seu carro é tão grande que ele acaba até fazendo o papel inverso, e assustando os outros ao invés de atraí-los.
Ou ainda, (ok, isso acontece com motos também, não vou dizer que estamos isentos) pode chamar a atneção de quem você não queria, como bandidos, ladrões, invejosos mal intencionados e fãs de Funk batidão.

Seja lá qual for o teu motivo, você poderia estar fazendo isso com uma moto linda! Tem pra todos os gostos e bolsos, que atraem todos os tipos de pessoas, inclusive as que você pretende chamar a atenção.
Preste a atenção quando ver uma moto bonita na rua. Elas chamam tanto, ou mais a atenção do que um carro.
E você ainda pode complementar, comprando um capacete estiloso e saindo com uma jaquera de couro irada! Compare você mesmo!

Existem outros perfis, mas esses são os que mais despertam a minha curiosidade por aí.
Eu não estou tentando convencer ninguem a comprar uma moto, ou tentar provar de que moto é legal pra caramba e todo mundo deveria ter uma, embora, sim, eu pense isso! haha

Moto é um treco perigoso, que exige muita, mas muuuuuuuita responsabilidade, e ainda assim, isso não te isenta de sofrer um acidente.
A questão é que, como eu já disse, acredito que muitas pessoas seriam mais felizes se tivessem uma moto.

Quer ver uns detalhes que eu não sabia, e só me dei conta depois que comecei a andar de motoca? Olha só:

  • Moto não paga Zona Azul
  • Moto estaciona em qualquer buraco
  • Não te pedem pra "tomar conta" da moto, os famosos flanelinhas
  • Não te pedem esmola no semáforo, nem te entrgam papel daquele "empreendimento imperdível a apenas 5 minutos do centro"
  • Alguns pdeágios são gratuitos
  • Alguns estacionamentos de Shoppings e afins são gratuitos
  • Economiza pra caramba com combustível (a maioria das motos comparadas aos carros)
  • Você pode sair mais tarde para o trabalho, e chega no horário
  • Você sai do trabalho e chega um pouquinho mais cedo em casa

Se você lê o meu blog, muito provavelmente já tem moto, ou gosta e um dia terá, ou está se convencendo de ter.
Sugiro mostrar esse post a aquele teu amigo que você lembrou quando leu o post, pois pode ser acabemos fazendo um bem muito grande pra esse amigo! Ou assim, pelo menos, é como a coisa soa dentro da minha cabeça maluca.

Assunto meio nada a ver, mas pelo menos eu me diverti escrevendo. Espero que tenham curtido de ler também.
Valeu!

sábado, 16 de agosto de 2014

Começando a pegar a manha: Novos cuidados

Fala pessoal, como estão? Nossa, não sei quanto a vocês, mas pra mim, até esses dias atrás era ano novo, e olha só, já estamos em Agosto!

Bom, como eu havia comentado, fiquei algumas semanas sem postar, pois estava viajando a trabalho, e os dias foram bem turbulentos por lá, onde eu estava.
Não bastasse essa correria, essa primeira semana de volta s São Paulo foi uma outra correria maluca no escritório. Acho que isso faz parte de se começar em um trabalho novo, com novos desafios, coisas a aprender, etc.

Um outro motivo pelo qual não escrevi, é que não achei que passei por muita coisa nova nos últimos dias, e das poucas coisas que reparei seriam muito pequenas pra fazer um post, ou no final das contas, nem achei que seria tão relevante postar algo que não tivesse muito a ver com motoqueiros novatos.

Foi então que eu me dei conta de que, talvez, só talvez, eu já não seja mais um motoqueiro novato, e que não terei mesmo muitas novidades pra falar sobre dicas e/ou minhas experiências como um motoqueiro novato.

Mas, calma lá! Se você é um motoqueiro experiente, e está lendo isso, provavelmente pode estar pensando: "ha!, coitado. Anda de moto há seis meses e se acha o Motoqueiro Fantasma kkkk".
Pois é, amigo experiente, eu tenho essa noção, e o senhor está coberto de razão!

Encurtando a história, eu penso sim que tenho muito o que aprender, muitas experiências a vivenciar, e acho que mesmo o cara que pilota há anos, volta e meia acabará aprendendo algo novo. Sabe quando você pensa "pqp, faz anos que eu faço isso, e hoje descobri um detalhezinho super importante que eu vejo caras bem menos experientes fazendo há tempos". Pois é, tudo na vida é assim, só não enxerga quem não quer. E não dar o braço a torcer e ignorar essa condição do ser humano pode ser um erro grave. Ainda mais em se tratando de algo como pilotar uma motoca!!!

Esse post será basicamente sobre isso, e você muito provavelmente já ouviu alguem dizer: "é na hora que você fica confiante ao pilotar que o risco aumenta". E eu tenho seguido essa teoria, pelo simples fato de que prevenir nunca é demais, por mais que esse argumento da confiança seja a maior besteira do mundo.

Ok, uma vez mais: procure sempre ser um motoqueiro melhor, mas nunca ignore a condição humana de estar sempre aprendendo algo, e jamais pense que você sabe tudo.

Como saber que não sou mais novato

Isso sim é algo que podemos discutir com mais certeza, e ainda assim, eu consideraria algumas ressalvas.
Quando comecei a pilotar, meu maior inimigo foi a minha própria cabeça. Muita preocupação ao mesmo tempo, umas com razão e outras sem importância, mas ainda assim, aquele conjunto de preocupações disputavam acirradamente um espaço na minha cabeça com a minha vontade de me concentrar na pilotagem.

O que quero dizer com isso é que, além do óbvio medo de pilotar e de sofrer um acidente, andava com o peso de ter amigos e familiares preocupadíssimos comigo, dizendo que moto é perigoso, o medo de cair, a preocupação com outros motoristas e motoqueiros impacientes, a falta de destreza ao trocar de marchas e não deixar a moto morrer no meio de uma avenida, o medo de esquecer algo obrigatório como abaixar a viseira do capacete, e tomar uma multa por motivo bobo, e assim por diante.

E, como tudo no nosso corpo está interligado, essa preocupação comprometia radicalmente minha pilotagem, deixando meus braços e pernas super tensos.
Por muitos dias eu dirigi super tenso. O pessoal do trabalho na época dizia que eu parecia um quadradinho em cima da moto de tão duro!
A situação é horrível, pois você tem consciência de que não sabe pilotar direito ainda, e a sua confiança em si mesmo é quase nula. Que situação...

Você tem a sensação de que todo mundo sabe que você não sabe pilotar direito, quando na verdade é ao contrário. Todo mundo assume que você sabe pilotar, e muito mal, por sinal. Por isso as pessoas buzinam e são impacientes. Isso apenas acenuta o nervosismo, medo e a falta de confiança.
Se um carro ou uma moto faz uma barbeiragem na sua frente, quase nunca se é capaz de avaliar se aquilo estava certo ou errado, ou se foi você quem errou ou ocasionou uma manobra ruim de outro veículo.

Essa tensão do corpo compromete direamente na pilotagem, pois moto se pilota com o corpo todo. E se o seu corpo estiver duro feito o povo brasileiro quando o Collor pegou a grana da poupança de todo mundo, sua pilotagem vai ser uma verdadeira desgraça.
Por algumas semanas, cheguei a pensar em desistir de pilotar moto, pois aquilo parecia um inferno eterno, onde eu ficava nervoso e tenso, prejudicava a própria pilotagem, e isso me deixava mais nervoso, formando um ciclo horrível. Parecia que aquilo nunca mais ia acabar.

No começo realmente tudo foi muito dificil, mas a cada kilometro que eu andava, reparava em cada detalhe, na mudança de marcha errada, na curva mal feita, na seta que eu esqueci de desligar. Reparava nos outros motoqueiros e em seus estilos de pilotagem. Tinha consciência de que cada pessoa tem um estilo, entçao eu tentava reparar nas manobras em comum entre todos os motoqueiros que eu prestava atenção.

Com o passar das semanas, eu comecei a melhorar nesses pequenos detalhes. Chegava em casa do trabalho e ficava pensando no trajeto, nos buracos do asfalto, no carro que me fechou, no motoqueiro que ficava buzinando intermitentemente pra eu sair da frente dele como se ele fosse dono da avenida.
De repente, o ciclo do mal começou a se quebrar, e eu comecei a sair do básico. Cometi erros, vários erros, experimentei coisas, bati em retrovisores, deixei a moto morrer váaaaaaaarias vezes, e aos poucos isso foi diminuindo até deixar de acontecer.

Passada essa fase inicial, senti que era hora de experimentar manobras mais complexas, como fazer curvas com a moto mais deitada, controlar corretamente a troca de marchas, fazer curvas de emergência, jogar o corpo para os lados. Passei a confiar mais em mim e na moto, e não tive problemas em efetuar as manobras que eu queria.
Fiquei mais confiante ao passar entre os carros no corredor, sem nem sequer chegar perto dos retrovisores. Aprendi um pouco melhor a hora certa de recuar a moto ou acelerar mais para passar entre carros. Memorizei muitas situações onde carros, motos e pedestres estiveram em posição de negligência ou vítimas de terceiros, e com isso, passei a prever acidentes com maior destreza.

Após passar por tudo isso, eu me enganei pela primeira vez, e achei que eu não era mais um novato, até começar a repetir alguns erros novamente. Aquele sentimento de conquista e de confiança foram um pouco perdidos, pois penso que uma pessoa com um mínimo de experiência não deveria cometer tamanhos errinhos bobos.
Eu não me intimidei, e repeti o processo de auto-avaliação, voltei a pensar no trajeto percorrido, corrigi detalhes, me certifiquei que pequenos errinhos não voltassem a acontecer, e então, finalmente, achei que não era mais um novato.

E agora, é onde estou. Fiquei duas semanas fora sem pilotar, e voltei tranquilamente, sem errar nada, sem cometer erros básicos, andando confiante nas ruas e nos corredores.
Hoje, sou capaz de identificar quando um motoqueiro está certo ou errado, pelo menos nos casos mais comuns, obviamente.
Algumas vezes, evito ou desisto de uma manobra, e vejo outro motoqueiro fazendo-a e se dando mal, infelizmente. Claro, o contrário também acontece frequentemente, o que demonstra que ainda tenho muito o que aprender, e sempre terei.

A minha maior preocupação no momento, é a minha confiança. Na Segunda-feira, saí para trabalhar, e acabei acordando um pouco mais cedo, o que fez com que eu pegasse muito pouco trânsito na hora de descer a Av. dos Bandeirantes. Fiquei surpreso com a facilidade que lidei com a descida, minhas manobras e, principalmente, com a velocidade que cheguei no trabalho.
Ao passo em que fiquei super contente (sem falar que andar de moto sem trânsito é muito mais gostoso), senti que, talvez, eu estivesse um pouco confiante demais, e aquilo me preocupou.

Perto da hora de voltar pra casa, pesquisei no Google Maps se havia um caminho alternativo para voltar pra casa, ma esperança de pegar um caminho mais tranquilo, ainda que mais longo e demorado.
Fiz um caminho pegando muitos semáforos e com muitos carros, mas que foi bem menos tenso do que o corredor da Av. dos Bandeirantes, ainda que cheio de motoristas muito negligentes e desatentos. Mas aquilo foi bom, pois foi uma nova experiência e um exercício de paciência e atenção, porém, estava bem mais relaxado.

Acho que foi uma excelente decisão, pois confesso que fiquei com medo de subir a avenida com tanta confiança, e acabar sofrendo um acidente.
Além do mais, considero um bonus ter aprendido esse novo caminho, pois no dia seguinte choveu na hora de ir pra casa, e acabei o repetindo. Nesse dia as coisas foram melhores, pois ja sabia por onde teria que passar, apesar da chuva e dos motoristas, que parece que ficaram piores em relação ao dia anterior.

Esses dois dias voltando pra casa por um caminho mais calmo me fez perceber que, no final das contas, não era assim tão vantajoso e relaxante quanto eu pensei, mas que era sem dúvida uma boa alternativa pra quando eu estiver cansado ou mais distraído. Porém, a realidade é que, apesar da minha preocupação com excesso de confiança, a realidade é que eu me tornei realmente um piloto melhor!

O que me traz ao dilema atual: ter plena consciência de que eu estou evoluindo como piloto, mantendo sempre em mente de que a vida no trânsito será sempre imprevisível. E que não importa quanta experiência eu tenha, sempre haverá algo novo que eu ainda não havia pensado ou previsto.

Pilotar moto é gostoso demais, e eu aproveito cada metro percorrido, cada vento no rosto, cada ronco do motor. Estragar isso seria uma pena, perder o prazer dos detalhes. É por isso que devemos ponderar os sentimentos, e nunca nos esquecermos que pra podermos curtir tudo isso, precisamos estar vivos e saudáveis. Pense nos seus familiares, na sua esposa, no seu marido, e volte sempre bem pra casa para abraçá-los bem forte.

Espero que esse post não tenha sido muito aquém das expectativas, pois pra mim, ele ainda é muito interessante para novatos :)

Ah sim, já ia me esquecendo. Estou começando a pensar em comprar uma moto de cilindrada maior. Se você me perguntar se eu realmente preciso, admito que não, mas que estou com vontade de ter uma motoca mais parruda e bonita, isso sim.
Não que eu não goste da minha moto, e eu acho ela muito mais bonita do que muita moto cara por aí.
Não está nada decidido, e não posso comprometer meu bolso com algo desse tipo no momento, mas certamente é algo que estou considerando e estudando desde já.

Abraço e bom final de semana a todos!

domingo, 20 de julho de 2014

Conheça a sua moto

Fala amigos, como vão? 
Tenho notado que o blog tem sido visitado com maior frequência, e confesso que ao mesmo tempo fiquei feliz e surpreso, pois não esperava nem metade dos acessos que tenho tido. 
Então, deixo aqui meu muito obrigado a vocês que dedicam um pouco do seu tempo pra ler o blog, e espero de coração que esteja sendo útil pra vocês!

Esse post será provavelmente o último pelas próximas duas semanas, ou talvez até três, pois vou estar fora de São Paulo a trabalho e não sei ainda como serão meus dias por lá. Uma coisa é certeza: eu não andarei de moto por 2 semanas, então certamente não terei novidades nesse período.
Ainda assim, sempre tenho coisas pra falar, pois acontece muita coisa durante a semana, e eu acabo fazendo um post deixando alguns assuntos de fora, senão os posts ficarão maiores do que já são!

Eu ainda estarei por aqui até domingo que vem, dia 27 de Julho, que é quando eu viajo, então se tudo estiver bem organizado para a viagem, eu devo conseguir fazer mais um post antes de ir. Vamos ver...

Falando em assuntos que ficam para trás, essa semana gostaria de falar sobre algo que venho aprendendo já há algum tempo, e que não foi sequer mencionado anteriormente pela minha falta de conhecimento, e que ainda conheço pouco: conhecer a moto.
E quando eu digo "conhecer a moto", me refiro a conhecer suas peças, sua função, suas limitações e vantagens.

Quando eu tinha 21 anos, consegui comprar meu primeiro carro, mesmo tendo que me comprometer com alguns meses de parcelas, mas quando se tem essa idade o esforço vale a pena para ter algo tão sonhado, pelo menos por mim.
O problema é que eu não entendia nada de carros, então recorri ao meu super herói preferido: meu pai!
Combinamos que um carro adequado seria um Gol, que tinha uma boa mecânica, não dava problemas e a manutenção era barata. Então, pedi para o meu pai comprar o carro pra mim, e eu só enviaria o dinheiro. Como se tratava de um carro usado, era importante ter alguem experiente para ver o carro, seus detalhes e imperfeições, coisa que eu não iria conseguir de jeito nenhum, então finalmente conquistei aquele sonho de adolescente!

Ao passo em que, exatamente como  meu pai explicou, o carro não dava nenhuma dor de cabeça, acabei ficando mimado e acomodado, pois nunca precisei me preocupar em entender muito da mecância do carro, me limitando ao básico.
Normalmente o carro é um veículo bastante seguro, com as peças bem protegidas, e geralmente só vemos o seu acabamento, pois o motor, tanque, freio e outras peças acabam ficando por debaixo desse acabamento.
Então, até hoje, com um carro mais moderno, embora ainda um Gol, a preocupação é ainda menor, pois a tecnologia do carro é muito superior à do meu Golzinho lá de 2001.

Quando peguei a moto, de cara, senti na pele a diferença entre um veículo com injeção eletrônica e um carburado. A moto tem mais dificuldade de "pegar" no frio, e tenho que deixar o afogador aberto por um tempo, e depois fechá-lo para o motor não afogar e morrer de novo.
Claro, esse exemplo não vale para todo mundo, pois muitas motos hoje em dia já têm injeção eletrônica, e talvez alguns de vocês não se sensibilizem tanto com essa situação tanto quanto eu.

Porém, há vários outros aspectos da moto que é muito importante que conheçamos. 
Diferente do carro, não todas, mas muitas motos tem algumas partes expostas, como motor freios, cabos e tanque do combustível. Além do mais, não importa o quão segura a moto seja, estamos indiscutivelmente mais expostos em uma moto do que em um carro, e termos conhecimento de suas peças e mecância faz toda a diferença nesse sentido.

Antes de ir além, quero deixar claro que eu mesmo ainda estou aprendendo sobre as peças, e, para evitar frustrações, saibam que não falarei muito (ou quase nada) sobre peças específicas ou mecânica. Então, se você está aguardando eu falar disso neste post, me desculpe. Eu também gostaria de saber mais haha.

Mas então, porque fazer um post dizendo que peças são importantes se não se vai falar sobre elas? Ou ainda, não queremos ou não temos tempo para aprender sobre essas coisas, e é muito mais prático deixar essa responsabilidade para o mecânico.
A resposta curta para todas as questões acima é que conhecer um mínimo pode lhe salvar a vida, ou, no pior dos casos, economizar uma grana!

Sem mais delongas, ultimamente tenho me focado no que considero o básico:
  • Rodas
  • Pneus
  • Motor
  • Freios
  • Amortecedores
  • Embreagem
É difícil dizer aqui o que é mais importante, então considero essas partes da moto de grande e mesmo grau de importância.

Rodas
As rodas são mais sofisticadas do que eu pensava, pois há uma série de outras peças ali que acabam passando despercebidas quando somos novos. Sem falar nas rodas com freio a disco que são ainda mais complexas. O que se deve prestar atenção é se os raios estão em ordem, caso a roda seja raiada, verificar ver se a roda não está danificada/arranhada, principalmente na região mais próxima ao pneu.
Também é legal reparar se não tem nenhuma parte enferrujada, não só na roda, claro.

Pneus
Tá bom, se eu fosse eleger uma parte mais importante, provavelmente priorizaria os pneus, afinal de contas, é a única parte que está em contato constante com o solo, e sendo constantemente usada, não importa o que você faça.
Os pneus, assim como praticamente todas as peças da moto, possuem um período de vida, e você deve trocá-los após esse período, não importa o quanto custe, e não importa o quanto você gostaria de gastar essa grana com o novo LP do Só Pra Contrariar!!! Sua vida depende desse pneu, então não economize!
Além disso, calibre o pneu toda semana. Veja qual é a calibragem adequada para o pneu dianteiro e traseiro (provavelmente é uma calibragem para cada um) e faça isso regularmente.
Aproveite essa parada semanal para dar uma inspecionada superficial, em busca de rachaduras e imperfeições.

Motor
Se você é novato e não é mecânico como eu deve estar se perguntando o que diabos podemos avaliar no motor. Bom, a primeira coisa que precisa ser feito é trocar o óleo e o filtro do motor regularmente de acordo com o modelo de sua moto. Isso deve estar no manual, ou você pode pesquisar na Internet, ou pergunte ao seu mecânico de confiança. É importantíssimo fazer as trocas de óleo dentro dos prazos.
Além disso, o que eu costumo fazer é reparar nas motos de mesmo modelo da minha e escutar o som de seus motores e escapamento, e comparar com o da minha. Não é muito efetivo, mas pode lhe dar uma pista de que algo possa estar errado, caso você repare que o som do seu motor é muito diferente dos outros.
Uma vez que você conheça o som do motor da moto, é possível julgar por si só se algo pode estar errado ou não. E claro, na dúvida, leve a moto ao mecânico imediatamente.
Ah sim, e por último, evite acelerar desnecessariamente. Pense que o motor é uma peça que está sendo utilizada tanto ou mais do que os pneus, pois ele continua girando quando estamos parados no semáforo, por exemplo. Se o motor parar, você dança. Se o pneu furar, ou a gasolina estiver na reserva, a moto ainda anda. Sem o motor, só na descida :)

Freios
Já falei por aqui sobre o uso dos freios. Eles são dispositivos muito engenhosos, pois temos o manete do freio que aciona cabos, que acionam os freios, que fazem a roda da moto perder velocidade.
Então, para nós, aquele simples movimento de pressionar o manete é quase que como uma mágica. Mas na verdade é engenharia pura, e das boas!
Se você for daquelas pessoas mais abençoadas, digamos, que tem condições de ter motos com freios ABS, pode ficar mais despreocupado, pois esses freios possuem uma tecnologia que praticamente faz o trabalho de frenagem para você, bastando apertar o manete!
Para motos sem freios ABS é importante frear gradualmente, primeiro porque se você frear de uma vez a roda irá travar e a moto vai derrapar. 
Mas também para manter toda aquele combinado de pecinhas funcionando corretamente, sem correr o risco de estragar nenhuma delas. Ou seja, não precisa entender muito pra saber que uma parte tão importante que faz a sua moto parar e é cheia de pecinhas precisa de cuidados 

Amortecedores
Nao tenho muito para falar aqui. Apenas pense que, se não fosse pelo amortecedor, se você passasse em cima do menor dos buracos, sua bunda estaria no seu pescoço agora!
Seu papel é claro: fazer os impactos entre o solo / moto / motociclista mais suaves. Não só eles suavizaram o impacto que você sente, evitando que se machuque, como também suavisa impactos na própria moto.
É importante notar barulhos de impacto quando passar em um buraco, ou se você não estiver se sentindo confortável, procure um mecânico e consulte na internet opções de amortecedores mais altos e/ou macios.
Os amortecedores fazem parte do seu conforto durante a pilotagem, logo esse conforto compromete diretamente a sua facilidade de pilotar.

Embreagem
Como sempre, essa parte pode não ser muito relevante para aqueles que possuem scooters, pois na sua maioria, não é preciso trocar de marcha, bastando apenas acelerar.
O motivo de eu ter adicionado a embreagem nessa lista é que foi a parte que eu mais demorei para aprender a usar de maneira adequada, e ainda acho que as vezes eu piso na bola com ela.
Assim como o manete do freio, o da embreagem percorre um caminho maluco por sua moto. Ele está conectado a um cabo, que faz com que o trocador de marcha fique folgado para que então você possa mudar a marcha da moto. Mas não acaba por aí! Quando você finaliza a troca de marchas, precisa soltar a embreagem, e só então o motor passará a trabalhar na nova marcha. Percebe como é um pouco mais complexo do que o freio (pelo menos, aparentemente)?
O lance da embreagem é que o tempo em que você faz as trocas e a suavidade em que você a solta são importantes pra caramba. Primeiro, é importante acionar a embreagem totalmente, de maneira a não deixar a marcha "raspar", prezando assim pela conservação da peça.
Depois da troca de marcha, vem a parte que eu acho difícil: soltar gradativamente a embreagem, e ao mesmo tempo, fazer isso de forma rápida. Precisa ser rápido, pois não podemos perder velocidade, senão o aumento da marcha será prejudicado e o motor fará mais força do que devia. Precisa ser suave, pois se você soltar a embreagem de uma vez, vai dar um tranco no processo todo, podendo prejudicar a corrente, a roda, o motor, enfim, vai dar um tranco em partes que eu nem conheço direito ainda.

Caramba, você ainda está lendo! Então, vamos terminar logo com esse post, antes que você desista!
Procure dar uma olhada nas partes de ferro da moto, como bagageiro, guidão, etc. Muitas dessas partes podem ser trocadas, alteradas por nós mesmos, sem muito conhecimento.
Se já não possuir, procure comprar ferramentas para desparafusar essas partes. O legal da maioria das motos é que muitas peças são fáceis de colocar e muitas peças alternativas podem ser usadas, sendo que as vezes, peças paralelas servem melhor do que as originais, dependendo do propósito.

Como já comentei antes, minha moto é uma Suzuki Intruder 125, custom, então é muito comum fazer modificações nela, e eu entrei nessa brincadeira de mexer na moto. Obviamente fiz poucas mudanças, mas pretendo fazer um post sobre isso com mais detalhes algum dia.
É uma experiência bacana, e creio que todos deveriam tentar soltar alguns parafusos ao menos uma vez, pois senti que isso aumentou consideravelmente o meu entendimento do veículo.

Pra fechar, segue uma foto da motoca, do jeito que está agora! Valeu pessoal!