domingo, 20 de julho de 2014

Conheça a sua moto

Fala amigos, como vão? 
Tenho notado que o blog tem sido visitado com maior frequência, e confesso que ao mesmo tempo fiquei feliz e surpreso, pois não esperava nem metade dos acessos que tenho tido. 
Então, deixo aqui meu muito obrigado a vocês que dedicam um pouco do seu tempo pra ler o blog, e espero de coração que esteja sendo útil pra vocês!

Esse post será provavelmente o último pelas próximas duas semanas, ou talvez até três, pois vou estar fora de São Paulo a trabalho e não sei ainda como serão meus dias por lá. Uma coisa é certeza: eu não andarei de moto por 2 semanas, então certamente não terei novidades nesse período.
Ainda assim, sempre tenho coisas pra falar, pois acontece muita coisa durante a semana, e eu acabo fazendo um post deixando alguns assuntos de fora, senão os posts ficarão maiores do que já são!

Eu ainda estarei por aqui até domingo que vem, dia 27 de Julho, que é quando eu viajo, então se tudo estiver bem organizado para a viagem, eu devo conseguir fazer mais um post antes de ir. Vamos ver...

Falando em assuntos que ficam para trás, essa semana gostaria de falar sobre algo que venho aprendendo já há algum tempo, e que não foi sequer mencionado anteriormente pela minha falta de conhecimento, e que ainda conheço pouco: conhecer a moto.
E quando eu digo "conhecer a moto", me refiro a conhecer suas peças, sua função, suas limitações e vantagens.

Quando eu tinha 21 anos, consegui comprar meu primeiro carro, mesmo tendo que me comprometer com alguns meses de parcelas, mas quando se tem essa idade o esforço vale a pena para ter algo tão sonhado, pelo menos por mim.
O problema é que eu não entendia nada de carros, então recorri ao meu super herói preferido: meu pai!
Combinamos que um carro adequado seria um Gol, que tinha uma boa mecânica, não dava problemas e a manutenção era barata. Então, pedi para o meu pai comprar o carro pra mim, e eu só enviaria o dinheiro. Como se tratava de um carro usado, era importante ter alguem experiente para ver o carro, seus detalhes e imperfeições, coisa que eu não iria conseguir de jeito nenhum, então finalmente conquistei aquele sonho de adolescente!

Ao passo em que, exatamente como  meu pai explicou, o carro não dava nenhuma dor de cabeça, acabei ficando mimado e acomodado, pois nunca precisei me preocupar em entender muito da mecância do carro, me limitando ao básico.
Normalmente o carro é um veículo bastante seguro, com as peças bem protegidas, e geralmente só vemos o seu acabamento, pois o motor, tanque, freio e outras peças acabam ficando por debaixo desse acabamento.
Então, até hoje, com um carro mais moderno, embora ainda um Gol, a preocupação é ainda menor, pois a tecnologia do carro é muito superior à do meu Golzinho lá de 2001.

Quando peguei a moto, de cara, senti na pele a diferença entre um veículo com injeção eletrônica e um carburado. A moto tem mais dificuldade de "pegar" no frio, e tenho que deixar o afogador aberto por um tempo, e depois fechá-lo para o motor não afogar e morrer de novo.
Claro, esse exemplo não vale para todo mundo, pois muitas motos hoje em dia já têm injeção eletrônica, e talvez alguns de vocês não se sensibilizem tanto com essa situação tanto quanto eu.

Porém, há vários outros aspectos da moto que é muito importante que conheçamos. 
Diferente do carro, não todas, mas muitas motos tem algumas partes expostas, como motor freios, cabos e tanque do combustível. Além do mais, não importa o quão segura a moto seja, estamos indiscutivelmente mais expostos em uma moto do que em um carro, e termos conhecimento de suas peças e mecância faz toda a diferença nesse sentido.

Antes de ir além, quero deixar claro que eu mesmo ainda estou aprendendo sobre as peças, e, para evitar frustrações, saibam que não falarei muito (ou quase nada) sobre peças específicas ou mecânica. Então, se você está aguardando eu falar disso neste post, me desculpe. Eu também gostaria de saber mais haha.

Mas então, porque fazer um post dizendo que peças são importantes se não se vai falar sobre elas? Ou ainda, não queremos ou não temos tempo para aprender sobre essas coisas, e é muito mais prático deixar essa responsabilidade para o mecânico.
A resposta curta para todas as questões acima é que conhecer um mínimo pode lhe salvar a vida, ou, no pior dos casos, economizar uma grana!

Sem mais delongas, ultimamente tenho me focado no que considero o básico:
  • Rodas
  • Pneus
  • Motor
  • Freios
  • Amortecedores
  • Embreagem
É difícil dizer aqui o que é mais importante, então considero essas partes da moto de grande e mesmo grau de importância.

Rodas
As rodas são mais sofisticadas do que eu pensava, pois há uma série de outras peças ali que acabam passando despercebidas quando somos novos. Sem falar nas rodas com freio a disco que são ainda mais complexas. O que se deve prestar atenção é se os raios estão em ordem, caso a roda seja raiada, verificar ver se a roda não está danificada/arranhada, principalmente na região mais próxima ao pneu.
Também é legal reparar se não tem nenhuma parte enferrujada, não só na roda, claro.

Pneus
Tá bom, se eu fosse eleger uma parte mais importante, provavelmente priorizaria os pneus, afinal de contas, é a única parte que está em contato constante com o solo, e sendo constantemente usada, não importa o que você faça.
Os pneus, assim como praticamente todas as peças da moto, possuem um período de vida, e você deve trocá-los após esse período, não importa o quanto custe, e não importa o quanto você gostaria de gastar essa grana com o novo LP do Só Pra Contrariar!!! Sua vida depende desse pneu, então não economize!
Além disso, calibre o pneu toda semana. Veja qual é a calibragem adequada para o pneu dianteiro e traseiro (provavelmente é uma calibragem para cada um) e faça isso regularmente.
Aproveite essa parada semanal para dar uma inspecionada superficial, em busca de rachaduras e imperfeições.

Motor
Se você é novato e não é mecânico como eu deve estar se perguntando o que diabos podemos avaliar no motor. Bom, a primeira coisa que precisa ser feito é trocar o óleo e o filtro do motor regularmente de acordo com o modelo de sua moto. Isso deve estar no manual, ou você pode pesquisar na Internet, ou pergunte ao seu mecânico de confiança. É importantíssimo fazer as trocas de óleo dentro dos prazos.
Além disso, o que eu costumo fazer é reparar nas motos de mesmo modelo da minha e escutar o som de seus motores e escapamento, e comparar com o da minha. Não é muito efetivo, mas pode lhe dar uma pista de que algo possa estar errado, caso você repare que o som do seu motor é muito diferente dos outros.
Uma vez que você conheça o som do motor da moto, é possível julgar por si só se algo pode estar errado ou não. E claro, na dúvida, leve a moto ao mecânico imediatamente.
Ah sim, e por último, evite acelerar desnecessariamente. Pense que o motor é uma peça que está sendo utilizada tanto ou mais do que os pneus, pois ele continua girando quando estamos parados no semáforo, por exemplo. Se o motor parar, você dança. Se o pneu furar, ou a gasolina estiver na reserva, a moto ainda anda. Sem o motor, só na descida :)

Freios
Já falei por aqui sobre o uso dos freios. Eles são dispositivos muito engenhosos, pois temos o manete do freio que aciona cabos, que acionam os freios, que fazem a roda da moto perder velocidade.
Então, para nós, aquele simples movimento de pressionar o manete é quase que como uma mágica. Mas na verdade é engenharia pura, e das boas!
Se você for daquelas pessoas mais abençoadas, digamos, que tem condições de ter motos com freios ABS, pode ficar mais despreocupado, pois esses freios possuem uma tecnologia que praticamente faz o trabalho de frenagem para você, bastando apertar o manete!
Para motos sem freios ABS é importante frear gradualmente, primeiro porque se você frear de uma vez a roda irá travar e a moto vai derrapar. 
Mas também para manter toda aquele combinado de pecinhas funcionando corretamente, sem correr o risco de estragar nenhuma delas. Ou seja, não precisa entender muito pra saber que uma parte tão importante que faz a sua moto parar e é cheia de pecinhas precisa de cuidados 

Amortecedores
Nao tenho muito para falar aqui. Apenas pense que, se não fosse pelo amortecedor, se você passasse em cima do menor dos buracos, sua bunda estaria no seu pescoço agora!
Seu papel é claro: fazer os impactos entre o solo / moto / motociclista mais suaves. Não só eles suavizaram o impacto que você sente, evitando que se machuque, como também suavisa impactos na própria moto.
É importante notar barulhos de impacto quando passar em um buraco, ou se você não estiver se sentindo confortável, procure um mecânico e consulte na internet opções de amortecedores mais altos e/ou macios.
Os amortecedores fazem parte do seu conforto durante a pilotagem, logo esse conforto compromete diretamente a sua facilidade de pilotar.

Embreagem
Como sempre, essa parte pode não ser muito relevante para aqueles que possuem scooters, pois na sua maioria, não é preciso trocar de marcha, bastando apenas acelerar.
O motivo de eu ter adicionado a embreagem nessa lista é que foi a parte que eu mais demorei para aprender a usar de maneira adequada, e ainda acho que as vezes eu piso na bola com ela.
Assim como o manete do freio, o da embreagem percorre um caminho maluco por sua moto. Ele está conectado a um cabo, que faz com que o trocador de marcha fique folgado para que então você possa mudar a marcha da moto. Mas não acaba por aí! Quando você finaliza a troca de marchas, precisa soltar a embreagem, e só então o motor passará a trabalhar na nova marcha. Percebe como é um pouco mais complexo do que o freio (pelo menos, aparentemente)?
O lance da embreagem é que o tempo em que você faz as trocas e a suavidade em que você a solta são importantes pra caramba. Primeiro, é importante acionar a embreagem totalmente, de maneira a não deixar a marcha "raspar", prezando assim pela conservação da peça.
Depois da troca de marcha, vem a parte que eu acho difícil: soltar gradativamente a embreagem, e ao mesmo tempo, fazer isso de forma rápida. Precisa ser rápido, pois não podemos perder velocidade, senão o aumento da marcha será prejudicado e o motor fará mais força do que devia. Precisa ser suave, pois se você soltar a embreagem de uma vez, vai dar um tranco no processo todo, podendo prejudicar a corrente, a roda, o motor, enfim, vai dar um tranco em partes que eu nem conheço direito ainda.

Caramba, você ainda está lendo! Então, vamos terminar logo com esse post, antes que você desista!
Procure dar uma olhada nas partes de ferro da moto, como bagageiro, guidão, etc. Muitas dessas partes podem ser trocadas, alteradas por nós mesmos, sem muito conhecimento.
Se já não possuir, procure comprar ferramentas para desparafusar essas partes. O legal da maioria das motos é que muitas peças são fáceis de colocar e muitas peças alternativas podem ser usadas, sendo que as vezes, peças paralelas servem melhor do que as originais, dependendo do propósito.

Como já comentei antes, minha moto é uma Suzuki Intruder 125, custom, então é muito comum fazer modificações nela, e eu entrei nessa brincadeira de mexer na moto. Obviamente fiz poucas mudanças, mas pretendo fazer um post sobre isso com mais detalhes algum dia.
É uma experiência bacana, e creio que todos deveriam tentar soltar alguns parafusos ao menos uma vez, pois senti que isso aumentou consideravelmente o meu entendimento do veículo.

Pra fechar, segue uma foto da motoca, do jeito que está agora! Valeu pessoal!

domingo, 13 de julho de 2014

Corredores

Como vão, amigos? Tudo bom? O pessoal mais ligado em futebol deve estar bastante chateado pela derrota histórica da seleção brasileira para a Alemanha, como podemos notar facilmente nas redes sociais.
A boa notícia é que uma partida de futebol não afeta nada em nossas vidas, e felizmente, continua dependendo apenas de nós mesmos termos um futuro melhor. Então, bola pra frente!

Bom, como o foco deste blog é falar exclusivamente sobre as experiências de um motoqueiro novato, vejo duas coisas acontecendo: a primeira é a repetição de alguns assuntos, ou por criar um post detalhado de um assunto já abordado ou para falar das minhas impressões sobre determinado tema após adquirir mais experiência; a segunda coisa é que chegará um momento em que eu não saberei mais sobre o que falar, e nesse dia o blog morrerá. Quem sabe, nesse dia, como alguns amigos já brincaram, o blog não mude para o "Diário do Motoqueiro Experiente" ou algo do tipo :D

Nesse post vou falar sobre os corredores, um assunto que já havia sido abordado antes, mas que pretendo detalhar ao máximo e tentar transmitir todos os meus pensamentos sobre ele.
Posso começar dizendo que o corredor é sem dúvida uma das maiores vantagens de se ter uma moto, principalmente para aqueles que a usam no dia a dia.
A moto não só é fina o bastante para passar no corredor, como também versátil e ágil para trocar de faixas por entre os carros, caso uma faixa tenha algum tipo de problema como um carro quebrado ou acidente.

Já para o pessoal que usa a moto mais casualmente, ou possui motos muito grandes, o corredor não chega a ser assim tão vantajoso, mas ainda é consideravelmente útil, pois mesmo se as motocas forem grandonas, ainda são menores do que os carros, o que possibilit passar por espaços que os carros não conseguiriam passar.

Vale lembrar aqui, pessoal, que não estou levando em conta a polêmica sobre os corredores, se são permitidos ou não.
Existem leis de trânsito que explicam, de maneira muito subjetiva, qual é o papel do motociclista em relação às faixas e distâncias dos outros carros, e nenhuma dessas leis esclarece bem o que é ou não permitido.
Sobre essa polêmica, posso dizer que, se as motos tivessem que andar como os carros, uma série de novos problemas iriam surgir, como o aumento catastrófico do trânsito, mais acidentes (um carro bater na traseira de uma moto é muito mais grave do que na traseira de outro carro) e, talvez o mais grave de todos, a minha pizza iria chegar gelada!

Enfim, a primeira coisa a se perceber é ter noção das "faixas imaginárias" entre as faixas, ou seja, o espaço entre os carros que a moto pode passar. Se você é motorista de carros, pode encontrar mais dificuldades em se habituar com essas faixas, assim como aconteceu (e ainda acontece) comigo.
Ou seja, em uma via com 3 faixas, o motoqueiro acaba tendo 5 opções de passagem, incluindo os 2 corredores entre as faixas. Isso parece muito bom a princípio, mas a atenção e a responsabilidade que precisamos ter aumenta junto com as opções de faixa!

Veja, o fato de estarmos em um veículo muito mais ágil do que os carros não nos isenta da responsabilidade de zelar por eles também! Se você decide, em cima da hora, trocar da faixa para o corredor, ou ainda para a outra faixa, é bem provável que o motorista do carro atrás de você seja pego de surpresa, fazendo com que ele assuma uma postura de emergência, o que pode causar um acidente. Lembre-se sempre: um acidente é sempre um acidente, nos envolvendo ou não. É da responsabilidade de todos manter a sociedade do trânsito com as melhores condições possíveis.

Mais importante do que se preocupar com os carros é tomar cuidado com outras motos. Elas são tão ou mais ágeis e rápidas do que a sua moto, e as chances de colisão são bem grandes, pois normalmente as motos não tem a capacidade de frear e/ou parar tão eficazmente quanto os carros.
Uma coisa que eu reparei essa semana é que quase ninguém vai presumir que você é novato, tanto no carro quanto na moto, e isso gera impaciência nas pessoas. Eu mesmo já me peguei xingando o motorista da frente, passando por ele com raiva, e quando olho para o cara dentro do carro, dá pra notar que ele está nervoso e acuado. É nesse momento que eu me sinto mal haha.

Uma das coisas mais importantes a fazer, mesmo que você vá rapidamente para o corredor para ultrapassar um carro e logo voltar a faixa que estava antes é DAR SETA. Sempre sinalize qualquer troca de faixa, curva, etc. No começo é mais difícil nos habituarmos à seta, pois diferente do carro, a seta não desliga automaticamente após a curva, porém, em trocas de faixa, mesmo os carros não fazem o desligamento automático sempre. Então, procure se acostumar a usar as setas!

Uma vez que você estiver andando no corredor, procure aprender a se familiarizar com a largura total de sua moto em relação ao corredor. Eu costumo fazer essa comparação quando estou parado no semáforo, pois é um momento em que todo o trânsito estará parado, e você terá tempo para realizar essas experiências.
Não leva tanto tempo para aprender, se você fizer isso por uns 2 ou 3 dias seguidos, medindo seu guidão em relação aos outros carros, analisando o quão próximo você pode ficar, ver quais retrovisores de quais tipos de carros poderiam bater no seu guidão/retrovisor, e em pouco tempo você saberá quando poderá ou não entrar no corredor.

E quando você perceber que não consegue entrar, uma alternativa é analisar a faixa ao lado, ver se é possível passar com a moto entre os carros e tentar o outro corredor.
Para tal, uma vez que você entrou com a moto entre os carros, pare totalmente a moto e veja se não vem outra moto naquele corredor. Quando o caminho estiver livre, entre suavemente e siga tranquilo.

Quando estiver em movimento no corredor, procure não andar em cima do olho de gato, pois este fará com que o pneu da moto seja jogado para fora, fazendo com que ela trepide e você pode perder o equilíbrio por um instante. É importante, nessas horas, manter as pernas bem firmes em volta do tanque, pois isso garantirá uma maior estabilidade caso você perca a firmeza das mãos no guidão. É claro que em vários momentos acabamos passando por cima dos olhos de gato, mas procure evitar passar por cima deles sempre que possível.

Pelo menos aqui em São Paulo, até agora, eu percebo que a maioria dos motoqueiros ficam à esquerda do olho de gato. Não sei se é intencional que eles fazem isso, mas eu tenho feito o mesmo e confirmo que me sinto mais confortável permanecendo do lado esquerdo em relação ao olho de gato.

Uma vez que você tiver se familiarizado com esses procedimentos, é hora de começar a aprender de fato a andar pelo corredor.
O que eu fazia, e ainda faço, é não correr, e manter a calma em relação aos motoqueiros apressados que vem atrás de você. Alguns deles, muito apressados, trocam de caminho pra te passar, o que na minha opinião parece o certo a fazer.
Eu mantenho uma distância segura da moto da frente, pois sei que os freios não são tão eficazes.

Aí vem a parte mais complicada, na minha opinião: ter que vigiar a moto à minha frente e os carros dos dois lados! Se você manter uma distância segura da moto da frente, talvez a sua preocupação seja quase 90% em relação aos carros.
Muitos motoristas não têm idéia da complexidade de se andar de moto, e não pensam duas vezes em entrar bruscamente na sua frente para trocarem de faixas, muitas vezes com a a famosa "seta depois que metade do carro já está na outra faixa".

Lembre-se de duas coisas importantes que já falei por aqui nessas horas:

  1. A responsabilidade em uma situação desse tipo é sempre do motoqueiro, pois ele é o cara que deve manter uma pilotagem segura e pró ativa;
  2. O livre arbítrio dos motoristas estará sempre acima da lei
Nunca conte com o famoso "eu estou certo, ele está cometendo uma infração". É a sua vida em jogo, então esqueça disso!

Outra coisa que percebo é que a maioria dos motoqueiros correm como se não houvesse amanhã pelos corredores, mesmo quando os carros estão freando.
Ora, se os carros estão freando, não é porque você está no corredor que não deve se preocupar. Pode ter acontecido algo que comprometa a todos, e você deveria ao menos parar de acelerar, pelo menos até se certificar de que a parada dos carros foi apenas devido ao trânsito, e que o corredor continua livre para você.

Falando em reduzir a velocidade, há uma série de situações em que eu recomendo parar de acelerar e ficar preparado para frear durante a pilotagem no corredor:
  1. Quando sua visibilidade for prejudicada por um veículo grande
  2. Quando sua visibilidade for prejudicada por um veículo comprido
  3. Quando sua visibilidade for prejudicada por um veículo grande E comprido
  4. Quando os carros começarem as frear
  5. Quando a via fizer uma curva, e você perderá momentaneamente a visibilidade


Voltando um pouco a falar sobre os carros que trocam de faixa, vejo que muitos motoqueiros não gostam, mas esse pensamento está errado. Trocar de faixas é uma manobra muito comum, e frear a moto por um breve instante não vai prejudicar em quase nada o seu tempo de chegada ao destino.
Além do mais, diria que na maioria das vezes os motoristas sinalizam bem quando querem trocar de faixa. Nessa siatuação, se você estiver muito próximo ao veículo, reduza a velocidade e dê uma leve buzinada. Certifique-se de que o motorista irá te esperar e passe em velocidade branda, pois pode ser que algo aconteça e o motorista acelere em sua direção, e em uma situação inevitável de colisão, estar em baixa velocidade é o melhor que se pode fazer.

É isso aí, amigos. Acho que isso é tudo o que eu tinha pra falar sobre o corredor, pelo menos até agora.
Se você não estiver se sentindo preparado para encarar os corredores, ande na faixa normal junto com os carros e procure analisar as motos que estão no corredor.
Procure andar em vias com pouco trânsito e ande entre os carros para ver como você se sente até ficar confiante o bastante para ir um passo adiante.

Não se intimide pelos outros motoqueiros e preze pela sua segurança. É muito melhor que você e todos os outros envolvidos no trânsito fiquem bem do que chegar 2 minutos mais cedo no seu destino. Nosso trânsito é muito carente de bons condutores, e é importante que nós novatos aprendamos o correto e continuemos a fazer o melhor sempre.

Valeu!

domingo, 6 de julho de 2014

Novo caminho, novos desafios

Fala pessoal, como vão? Estão curtindo a Copa e o Brasil chegando nas semi finais?
Na última sexta-feira fomos dispensados às 15 horas para podermos assistir ao jogo da seleção, bem como grande parte das empresas fizeram. Eu nunca havia visto a avenida Berrine tão deserta!

Como já havia comentado antes, essa foi a primeira semana no trabalho novo, e com ele, o caminho novo, o que gera uma certa preocupação quando se é um novato na arte de pilotar motos!
Foi uma semana curta, pois comecei na terça-feira e ainda por cima saimos mais cedo na sexta, então não cheguei a trabalhar nem uma semana inteira, o que de certa forma não acaba sendo tão ruim, já que os primeiros dias em um novo trabalho normalmente são meio complicadas mesmo.

Apesar do novo e desconhecido caminho (de moto, pelo menos, pois de carro, já estava familiarizado com a avenida) acabaram ficando ao meu favor uma distância menor e um local de trabalho mais próximo de casa, e com isso, tenho saído de casa mais tarde e chegando mais cedo, pelo menos até minhas tarefas começarem a aumentar.

Para evitar grandes surpresas, dei uma volta no trajeto novo na semana retrasada, embora tenha sido em um horário bem diferente dos horários em que eu fosse pilotar no dia a dia.
Talvez seja porque eu seja inexperiente, mas andar em um local novo de moto parece não ser tão simples quanto de carro.
Um asfalto mais acidentado ou sujo não é tão preocupante quando estamos de carro, mas pode ser crucial quando estamos de moto. Então, no começo da semana, andei bem cauteloso tentando estudar e me habituar ao asfalto da avenida dos Bandeirantes.
No final das contas, ou pelo menos até o momento, não houve nada muito diferente ou pior do que a avenida 23 de Maio, salvo pelas faixas da direita, onde trafegam caminhões e outros veículos pesados, o que deixa o asfalto com mais acidentes e abaulamentos (procurei no google e parece que essa palavra existe. Me corrijam se estiver errado, por favor).

Além de estudar o asfalto, tive que me preocupar também com os carros, o novo corredor, que é mais largo e com o comportamento dos motoristas.
Até aí, sem muitas surpresas, pois a maioria dos veículos ficam tranquilamente enfileirados, sendo que eventualmente algum motorista tenta trocar de faixa, em sua grande maioria, sinalizando com seta direitinho, embora um ou outro ainda se aventura a entrar repentinamente na frente das motos que vêm pelo corredor.

O corredor em si parece mais tranquilo por ser mais largo, mas meus instintos me dizem que ele também pode ser traiçoeiro.
A primeira coisa que desperta minha atenção é o volume de carros que parece mais denso do que na 23 de Maio, até porque a avenida dos Bandeirantes é repleta de semáforos, o que faz com que os carros permaneçam um bom tempo parados. Isso me causa a impressão de que estou correndo mais, já que estou em alta velocidade, considerando que meus colegas motoristas estão completamente parados.
Eu ainda esqueço às vezes que não estou de carro, e reduzo a velocidade quando vejo que os carros estão freando. Vejo isso de maneira positiva, pois se os carros estão freando, seja lá qual for o motivo, pode me comprometer na sequência, seja um semáforo ou um acidente, o motoqueiro precisa estar SEMPRE prevendo as atividades do trânsito, principalmente se a visibilidade estiver comprometida, seja por veículos altos à frente ou dos lados, como curvas, onde simplesmente não dá pra ver o que está acontecendo depois daquele amontoado de carros!
Então, tenho mantido minha atenção nesses detalhes, sempre digirindo a uma velocidade confortável, no máximo (quase nunca) a 60 km/h.

Bom, somando todos esses aspectos, do corredor pseudo traiçoeiro, dos semáforos, do trânsito mais denso e da velocidade mais controlada, me deparei com uma surpresa: os outros motoqueiros...
Assim como acontecia quando eu ia pela 23 de Maio, tem muito mais motos à tarde do que pela manhã, porém, ali na Bandeirantes o movimento de manhã parece ser um pouco maior do que o da 23, talvez por ser uma via mais estreita.
Tive a sensação de que as motos que fazem aquele trajeto são mais novas e potentes, e muitos motoqueiros pilotam em um ritmo semelhante ao meu, ou seja, uma pilotagem mais branda. Só que o número de motoqueiros que correm não diminuiu em relação à 23 de Maio, o que causa uma grande mistura de estilos de pilotagem.

Eu ainda tenho o agravante de ter uma moto fraca, que tem aceleração lenta, e por ser 125 cc não tem uma performance tão arrojada quanto ao das outras motos, e isso acaba incomodando os mais apressados.
Desde que peguei a moto, muitas pessoas me dão a dica de não ficar desesperado quando houverem motoqueiros te apressando, e eu tenho tentado seguir essa dica sempre que possível. Digo isso pois alguns motoqueiros ficam muito impacientes, e acredito que esse descontrole emocional momentâneo pode prejudicar o trânsito e a mim, caso ele tente uma ultrapssagem perigosa ou qualquer outra besteira. Houve alguns casos de o cara ficar fazendo zigue-zague atrás de mim e buzinando intermitentemente até que ele tivesse espaço para me ultrapassar ou que eu saísse do corredor para que ele passasse.

Como aprendi com o Carlos Amaral, o incomodado é o cara que está com pressa, logo, ele é que tem de se mexer, não eu. Embora eu concorde totalmente com essa teoria, no corredor, os motoqueiros não têm para onde ir, até que abra um espaço entre os carros, o que raramente acontecerá. Então, eu que não tenho pressa, prefiro sair da frente e deixá-los passar.
Não estou apostando corrida com ninguém, e o simples fato de eu estar de moto já me dá uma vantagem enorme em relação aos carros, e mesmo que eu esteja a 40km/h no corredor, chegarei em casa muito mais rápido do que se eu estivesse de carro. É uma pena que outros motoqueiros não pensem assim... paciência...

Concluindo o raciocínio, enquanto formos motoqueiros novatos, acredito que vale a pena tomar bastante cuidado com locais desconhecidos, analisar o asfalto, as sinalizações, o comportamento dos motoristas e motoqueiros e SEMPRE tomar MUITO cuidado com os corredores. Lembre-se que o livre arbítrio sempre se sobressairá em relação às leis de trânsito, e o ser humano é uma grande caixinha de surpresas, capaz de cometer os atos mais inimagináveis nas horas mais inimagináveis.

Procure sempre colaborar com o trânsito. Se você estiver sendo pressionado por um cara apressado, procure dar-lhe espaço e deixe-o ir embora. Não acelere mais do que você possa se garantir para não colocar a si próprio em risco. Além do mais, nunca saberemos o porquê daquele cara estar com pressa, então não será possível avaliar se ele está certo ou não. No final das contas o que vale é a nossa segurança e a segurança de todo o trânsito.
Pensemos todos, motoqueiros, motoristas, ciclistas e pedestres, que QUALQUER problema no trânsito, seja com você ou não, irá comprometer a TODAS as pessoas que estão ali, e todo mundo sairá perdendo, uns mais, outros menos, uns culpados, outros inocentes, ainda assim, todos prejudicados.

Uma ótima semana a todos, e que vença o melhor time na próxima Terça-feira!