segunda-feira, 16 de junho de 2014

Onde se posicionar no trânsito

Fala pessoal, tudo bom? Bom, para efeito de registro, estamos no meio da Copa do Mundo de 2014, que está acontecendo aqui mesmo no Brasil.
Esse ano tem sido bastante turbulento pra mim, e cheio de emoções fortes, pois foi esse ano que eu comprei a moto, e como os que me conhecem pessoalmente sabem, eu ainda estou animadíssimo com ela, e não paro de falar sobre motos. Até comecei a me policiar um pouco para não ficar falando tanto de motos perto de pessoas que não andam/gostam delas, hehe.

Outra mudança radical em 2014 é a Copa em si, que, além de ser um evento mundial, causa uma série de transformações nas cidades que sediam jogos, a tentativa do povo brasileiro de se adaptar de maneira tal a atender os gringos e a série de protestos que vem ocorrido, não só por causa da Copa e os gastos exorbitantes, mas também porque o povo brasileiro está ficando de saco cheio de tanta corrupção a cada dia que passa.

E, completando a lista de fortes emoções, depois de quase três anos trabalhando para a mesma empresa, estou me preparando para começar um novo desafio, com novas responsabilidades e uma pequena alteração nas atividades que eu venho exercendo desde que comecei minha carreira como programador, em 1998.

Isso tudo sem contar a reforma que fiz na minha moto que, ao meu ver, ficou linda! As pessoas que acompanham a página do Diário do Motoqueiro Novato no Facebook já devem ter visto as fotos de como a moto ficou, ou assistiram o vídeo que o Johnny, o customizador de motos, publicou em sua página.
Para você que apenas acompanha o blog, ou deu de cara com ele navegando pela internet, aqui vai uma foto que eu tirei e o vídeo que o Johhny fez:




Estou muito contente com o resultado. A cor que eu queria era muito específica, e infelizmente não ficou 100% igual. Porém o resultado final ficou excelente e não tenho do que reclamar.
É gratificante ver as pessoas comentando e perguntando da moto na rua, quando saio com ela, e já até recebi algumas propostas de compra, em menos de uma semana que a peguei na custom shop.
Eu já agradeci ao Johnny inúmeras vezes, mas fica aqui, mais uma vez meu agradecimento.
Se você for de São Paulo ou região, recomendo fortemente a oficina do Johhny: The Flame Kustoms. Sua página no Facebook, aparentemente está mais atualizada do que o blog, porém o blog tem muitas fotos de seus trabalhos.

Ele me atendeu muito bem desde o primeiro contato por e-mail, foi extremamente atencioso e tirou todas as dúvidas. Foi bastante paciente comigo, que não entendo muito sobre moto e muito menos de customização (muita gente na General Osório, por exemplo, é bastante grossa e mal educada). Digo isso pois tentei falar com outras oficinas antes, e fui bem desprezado, pois quando falo que tenho uma moto simples, algumas oficinas não tem interesse em realizar o serviço.
Sinceramente não sei o motivo, mas foi bem desagradável. Qualquer dia eu faço um post sobre esse mercado de motos customizadas, que até onde eu pude perceber, as motos de baixa cilindrada são mesmo deixadas de lado. Posso estar enganado, mas me parece ser um meio elitizado, e se você não tem uma motona ou dinheiro para pagar à vista o vendedor/customizador simplesmente vira as costas e vai atender ao senhor de 70 anos com uma Harley Davidson 0km :)

Legal, feita a minha introdução gigantesca de sempre, onde a maioria das pessoas já desistiu de ler, vamos ao que interessa, e vamos falar sobre o título do post!
Escolhi esse assunto pois acho que, depois de 4 meses andando de moto, é a coisa que eu ainda me sinto mais desconfortável.
As outras coisas foram mais tranquilas de aprender, talvez porque eu já estava habituado com o carro, então muitas coisas não foram novidade, e sim, mais uma adaptação de o que fazia com o carro, só que agora com a moto.

Porém, a coisa que mais muda do carro para a moto é o espaço que ocupa e a mobilidade que se tem. Por mais estranho que pareça, essa mobilidade extra as vezes é um problema pra mim, pois ainda não me sinto seguro o bastante para realizar certas manobras, ou trocar de faixa na frente de outro veículo, e as vezes, ainda, vejo que estou até atrapalhando os motociclistas mais experientes que já tem mais a manha de fazer essas manobras.

Eu me lembro quando peguei a moto pelas primeiras vezes, e eu me comportava como se estivesse de carro, mas em pouquíssimo tempo percebi como poderia estar trocando de faixa ou entrando em um corredor largo com segurança, e aí cai a ficha: "Claro, estou de moto. Não preciso ficar aqui com os carros e posso já ir lá na frente do semáforo. Afinal, foi um dos motivos de eu ter comprado uma moto".
Mesmo após ter me acostumado com essa idéa, ainda tenho problemas de me posicionar nas faixas e/ou corredores quando estou chegando perto do semáforo fechado. E o mais complicado é que essa decisão não pode demorar para ser tomada, pois outros carros e motos estão se aproximando de você, e eles também estão se posicionando nas faixas durante o sinal vermelho.

Em sua grande maioria, os carros se ajeitam antes e com mais facilidade, até porque eles possuem menos opções de espaço do que as motos, mas ainda assim é preciso ficar esperto com aqueles que já estão quase parados na sua frente e decidem repentinamente trocar de faixa, muitas vezes sem dar seta.
Mas o que mais me preocupa ultimamente são as outras motos, pois muitos motociclistas gostam de chegar até o semáforo em alta velocidade, e acabam me ultrapassando em corredores ou trocando de faixa/corredor bem na minha frente e próximos demais dos carros, enquanto eu gosto de ir reduzindo as marchas pouco a pouco até chegar próximo ao semáforo, e deixo a moto em ponto neutro/morto.

Por isso, nessas horas eu fico muito atento olhando no retrovisor, com velocidade reduzida para evitar freadas repentinas dos veículos da frente, e até chego a olhar para os lados, no meu ponto cego, para ver se não há nenhum veículo que eu possa me chocar durante minha manobra.
Eu tenho procurado deixar esses motociclistas mais acelerados passarem na minha frente e vou me ajeitando na fila atrás deles, já que eu não pretendo sair correndo, e eles saem bem mais rápido do que eu.
Acho importante ter essa noção, pois assim o trânsito flui melhor, e eu também não tenho interesse em disputar velocidade com ninguém, até porque minha motoquinha 125 cc não corre heheh.

Então, na minha curta experiência, o que eu tenho para sugerir é o seguinte:

Seja visto, sempre! Se você já dirige carro, sabe que é muito fácil nos distrairmos. O carro pára muito no trânsito, e nessas horas olhamos o celular, rádio, mexemos no porta luvas, etc, e estamos bem mais protegidos dentro dele. Sem contar que, por ser maior, aumenta o número de pontos cegos, e não é responsabilidade do motorista de ver os motoqueiros, e sim nós é que precisamos nos certificar de que fomos vistos.
Esses dias publicaram um vídeo da Honda demonstrando os pontos cegos do carro, que os motociclistas devem evitar.
São apenas 40 segundos, então não deixe de ver:

http://youtu.be/jifpBwNQM0g


*Não sei porque, mas o Blogspot não acha o video quando tento anexá-lo ao post, então segue o link!

O melhor posicionamento, normalmente, é do lado esquerdo da faixa, a não ser que hajam muitas motos em alta velocidade, então normalmente eu migro para o segundo corredor da esquerda, ou seja, o corredor à direita do corredor da extrema esquerda.
Normalmente, como iniciante, você vai preferir ficar o máximo possível à direita, por questões de segurança, o que pode ser uam boa estratégia. Mas o que eu tenho notado é que poucas motos trafegam pelo lado direito, e logo, os motoristas de carro estão mais acostumados a fazer manobras desse lado sem muita preocupação. Então, dependendo de sua cidade ou da via em que está trafegando, pode ser uma idéia melhor ficar um pouco longe do lado direito da via, mesmo sendo iniciante. O pior que pode acontecer são os motoristas apressados buzinarem pra você, mas não se intimide, pois eles podem desviar. O importante é você fazer manobras com segurança e confiança, não correr e trocar de faixas sob pressão!

Em vias bem movimentadas, é importante andar com bastante cautela, evitar as manobras bruscas e ficar atento o tempo todo, acompanhando o que está acontecendo ao seu redor, portanto, use e abuse do retrovisor. Aliás, como eu já mencionei anteriormente, manter o retrovisor bem ajustado é primordial para uma pilotagem segura. Regule-o até o ponto em que você não precise se mover demais para enxergar, fazendo, no mãximo, um movimento curto com a cabeça.

Evite andar empalheirado com os carros, principalmente veículos grandes, que ofuscam sua visão de o que está acontecendo do outro lado. Lembre-se sempre de que o motociclista deve prever tudo ao seu redor, pois qualquer erro de qualquer pessoa pode acarretar em um acidente.
Ao parar a moto, procure sempre frear gradativamente, e vá posicionando a moto em sentido ao corredor, próximo à faixa, para evitar possíveis colisões traseiras. Uma colisão de um carro vindo atrás de você pode te arremessar longe, e pior, em cima dos carros cruzando a rua para a qual o sinal está verde. Sem contar, é claro, que você poderá se machucar muito!

Ao fazer uma curva para outra rua sem semáforo na esquina ou entrar em uma avenida, olhe bem para o motorista que vem se aproximando, ligue a seta corretamente e veja se o motorista está te vendo. Olhe nos olhos dele, e faça a conversão somente quando tiver certeza de que foi visto, ou que o carro que vem em sua direção está longe o bastante e em velocidade baixa o suficiente para que você possa sair com a moto em primeira marcha, se equilibrar, fazer a curva, ganhar velocidade, aumentar a marcha e se pocisionar na faixa em tempo hábil, sem precisar se desesperar. Apenas depois de efetuar todo esse procedimento é que você deve começar a pensar em realizar quaisquer outras manobras.

E por falar em manobras, sempre que possível (pois há casos em que realmente não haverá tempo suficiente) utilize as setas, mesmo que seja para entrar no corredor. A seta e a buzina são seus maiores aliados no trânsito. Por isso, ao contrário do que eu vejo nas ruas, você deve utilizar muito mais a seta e muito menos a buzina.
A maioria dos motoristas fica mais atento quando vê o piscar de uma seta, e eu percebo que, ao contrário dos carros, os motoristas costumam dar espaço para as motos, ao invés de acelerarem e impedir com que o veículo sinalizando a conversão consiga trocar de faixa.

Sobre a buzina, esse é um item que, por lei, deve ser usado apenas em casos de atenção, e que pode representar praticamente qualquer coisa. Se você usa a buzina intermitentemente como muitos motociclistas fazem quando estão em um corredor, estará banalizando sua função, e estará mais irritando os outros motoristas do que chamando sua atenção.
O uso mais frequente e justificado da buzina que eu vejo até o momento é quando estou ultrapassando um carro quando estou na faixa da direita em relação a ele, onde há um ponto cego muito grande.
Outra situação importante é com relação a pedestres distraídos que estão atravessando a via, e um rápido toque na buzina irá despertar-lhes a atenção.

Para finalizar, quero falar sobre a parada e saída do semáforo, que são os pontos que tem sido mais difíceis pra mim no momento.
Minha atual estratégia é a seguinte: quando eu identifico que o sinal está vermelho ou amarelo, paro imediatamente de acelerar, o que já reduz bastante a velocidade por causa do freio motor. Caso eu esteja em alta velocidade, complemento a frenagem com os freios de forma gradual.

O segundo passo é olhar nos retrovisores dos dois lados, e consecutivamente, olhar rapidamente para os lados. Só então eu começo a analisar qual é o melhor lugar para direcionar a moto.
Tendo total conhecimento dos veículos ao meu redor escolho o lado onde os veículos não estão tão próximos a mim, e tento sempre usar o corredor do lado esquerdo, e em seguida, o corredor mais folgado. Se houver um carro atrás de mim, no lado em que eu quero virar, viro a cabeça como quem diz "oi colega, tudo bom? que calor hein? olha só, estou afinzão de entrar na sua frente, então, por favor, não me mate, ok? Prometo que logo logo saio da sua frente".

Como eu já disse antes, mire o corredor, próximo à faixa, para evitar colisões traseiras, mas também para não atrapalhar os carros. A maioria dos motoristas está acosumada a ver motos nos corredores, e muitos deles nem gostam de motos trafegando nas faixas como os carros, embora, ironicamente, seria o correto! Reduzindo a velocidade e as marchas gradativamente (a menos que você tenha uma scooter, que não tem marchas) há uma boa chance de você ser presenteado como o sinal verde antes de parar a moto, e poderá seguir viagem feliz e saltitante! Caso contrário, pare a moto, deixe-a em ponto morto (a maioria das dicas nesse trecho não se aplicam tanto se você tem uma scooter) e deixe o pé direito sobre o trocador de marchas, mantendo o pé direito no chão (eu sei que isso é o contrário do que se aprende na auto escola, porém, na auto escola a gente nunca coloca a moto em ponto morto) e mantenha a moto freada.
Tome cuidado com os veículos ao seu lado, então procure manter as pernas bem próximas da moto, e principalmente os pés!

Na saída, praticamente faça o processo inverso ao da parada: Saia com a moto reta, independente se você estava no corredor ou na faixa normal dos carros, até se equilibrar e coloque as pernas na posição correta de pilotagem. Vá pegando velocidade, e quando estiver seguro, olhe nos retrovisores para ver a situação atual. Alguns carros correm mais, outros menos, então veja se o veículo atrás de você não está muito mais rápido do que você. Se não, seiga viagem normalmente, mas se sim, escolha um lado, dê seta e saia da frente dele. Naturalmente, o lado direito é melhor, mas se você estiver mais próximo do corredor à sua esquerda, vá para esse lado. Isso porquê o apressadinho já deve estar começando a pensar em te ultrapassar pela direita, então antecipe esse movimento e tome a decisão por ele, facilitando a vida de ambos. Apenas lembre-se do procedimento de verificar o retrovisor, etc, etc, etc.

Bom pessoal, como de costume, o post ficou super comprido, mas como é um por semana, acho que não acaba sendo tão comprido assim. Além do mais, acho que essas informações são valiosas, e eu tento seguir sempre o mesmo princípio: informações que eu gostaria de ter achado mais facilmente quando comecei a pilotar.
Se você discorda das minhas sugestões, ou quer compartilhar sua experiência ou quer me ajudar com informações mais coerentes, deixe seu comentário no post, ok?

Grande abraço a todos e obrigado aos que acompanham o blog!

2 comentários:

  1. Olá. Estou com a habilitação há duas semanas e nunca havia pilotado uma moto antes. Tenho uma biz 125 e preciso dela para me locomover para o trabalho. Dou aulas numa escola beeem distante, 2 horas de ônibus e com a biz faria em 45 minutos. Mas sinto que ainda não estou preparada para o trânsito! A auto escola não nos prepara para isso. O pouco que me aventurei a pilotar, em finais de semana, me mostrou que o hábito de cuidar retrovisor, calcular distâncias, trocar de pista, controlar velocidade, fazer curvas, estar atenta a semáforos, carros, motoqueiros, pedestres, sinalizadores, radares, etc... é tanta informação que a sensação que tenho que sair com minha moto para trabalhar hoje é suicídio, pois não tenho esta capacitação ainda, a qual me conferiram... Eu sei, preciso de treino, mais finais de semana pilotando por perto, com calma, atenção... Sei que o pânico é normal, mas gostaria que falasses mais sobre esses macetes, ainda que pareça bobo. Não deve acontecer só comigo. Ajuda bastante.
    Valeu! Fica com Deus!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Educar é amar. Tem um video aonde eu faço um resumo das minhas lições aprendidas após um ano com carta. Veja se te ajuda: https://www.youtube.com/watch?v=xudyklLEDwQ

      Excluir