domingo, 7 de setembro de 2014

Nova motoca! Um grande salto.

E aí gente, tudo bom?

Semana passada não escrevi nenhum post, pois tive uma idéia maluca, de fazer um vídeo ao invés de escrever, mas teve dias da semana que eu estava ocupado, e teve dias que fiquei com preguiça mesmo. Andei pensando, e achei que talvez seria uma idéia bacana converter o blog em um vlog, ou seja, ao invés de escrever no blog, fazer vídeos, mantendo o mesmo conteúdo. Não decidi ainda se farei isso ou não, mas estou pensando em fazer uma experiência. Gostaria de saber a opinião de vocês sobre isso, ou nos comentários, ou na página do Facebook, ou, pra quem me conhece, pessoalmente mesmo!

Estou escrevendo um artigo para uma revista de programação, e meu prazo para entregar o texto está acabando, então dediquei bastante do meu tempo nisso, e na verdade, ainda não acabei, embora falte pouco!
Um outro motivo, além da preguiça, é que, depois de pensar muito e fazer muitas pesquisas, decidi comprar uma nova moto, então estava super ansioso pra buscá-la na concessionária, o que aconteceu na última quinta-feira.

A moto é linda, uma Triumph Bonneville T100, com 865 cilindradas e 68 cavalos de potência, um baita upgrade em comparação com a minha Suzuki Intruder com 125 cilindradas e 11 cavalos!
A discrepância é tamanha, que, nas primeiras pilotagens, achei que fosse ser arremessado pra trás, já que qualquer toquinho no acelerador, a moto dispara, sem falar que ela pesa o dobro da Intruder e consequentemente, é mais dificil de manobrar.
A moto tem um estilo clássico, mantendo o mesmo design da moto originalmente construida na década de 50, porém, com tecnologia de ponta, com injeção eletrônica e tudo o mais. O ronco do motor é sensacional, sem ser barulhento demais (nada contra motores barulhentos, pois muitas pessoas gostam).


Bom, como aqui o assunto é compartilhar experiências de um motoqueiro novato, tenho certeza de que você, assim como todos os meus amigos e familiares, deve estar pensando, o que  é que um cara com menos de 1 ano de carteira de moto e pouco mais de 6 meses de pilotagem está fazendo com um motão desses. E é em cima desse ponto que eu gostaria de explorar para esse post.

Curso intensivo sobre motocas

Pra quem me conhece pessoalmente, sabe que eu entrei de cabeça nesse negócio de moto. Um grande amigo até comentou, que sabia que eu ia gostar de pilotar, mas que não imaginava que eu iria curtir tanto assim!
É verdade, eu mesmo fui pego de surpresa com isso. Mas hoje, pensando bem e analisando tudo o que se passou nesse tempo, lembro que fiz (e ainda faço) muitas pesquisas, participo de cursos de pilotagem, assisto videos, blogs, me envolvo em grupos de motoqueiros, converso com bastante gente que tem moto, e acima de tudo, observo diariamente o meu comportamento e o dos outros motoqueiros na rua.

Eu já não sou tão novo, comparado com outras pessoas que ingressam no mundo da pilotagem de motos, o que é uma grande vantagem por um lado, mas que também é prejudicial por outro.
Por ser mais velho, tenho experiência no trânsito, sou cauteloso, não corro (e não gosto de correr), além de ter pessoas próximas a mim que sempre andaram de moto, o que me dá uma boa vantagem como motoqueiro novato.

Contudo, por ser mais velho, tenho muitos vícios, práticas que nem sempre são as melhores durante a condução, sem falar que tenho mais medo do que um rapaz jovem, e logo demoro mais pra aprender certas manobras, e a fazê-las com perfeição. Um amigo que tirou carta logo depois de mim, que tem 10 anos a menos do que eu, me "alcançou" em muito pouco tempo, e diria até que ele me "ultrapassou"!
Além do mais, pessoas mais jovens tendem a aprender as coisas mais rápido, sem falar no corpo e condicionamento físico que, na maioria dos casos, também é muito superior, e a saúde do corpo influencia muito na pilotagem!

Mas ainda, justamente por ser mais velho, tenho mais facilidade em reconhecer essas falhas, e corrigí-las mais cedo. E isso somado ao número de informações que eu tenho pesquisado, e feito os testes na prática, me levaram a ter um curso intensivo da vida real na pilotatgem. 
Ainda assim, insisto em lembrar que eu tenho certeza de que tenho muito a aprender, e que até motociclistas experientes aprendem coisas novas todos os dias, então isso não quer dizer que eu ache que já sei tudo, o que sei o suficiente. Pelo contrário, como tudo na vida, quanto mais aprendemos, mais descobrimos que não sabíamos quase nada!

Impressões do dia a dia

Acredito que eu praticamente toda cidade brasileira haja trânsito, nem que seja em um horário específico.
A cidade de São Paulo é conhecida pelo Brasil todo por uma série de motivos, mas eu percebo que para a maioria das pessoas, São Paulo é sinonimo de trânsito caótico! E não estão enganados, embora eu acredite que muitas cidades, hoje em dia, tem um trânsito próximo ou igual ao daqui!

Há ainda vários tipos de motoqueiros, com vários tipos de motos, e com propósitos diferentes.
No meu caso, tudo o que eu queria era fugir do trânsito, e tmbém fugir do transporte público. Não que eu ache o transporte público ruim, mas eu estava passando muito tempo dentro do metrô ou ônibus, e estava chegando em casa estressado, geralmente por causa da viagem, e quase nunca por causa do trabalho (que eu sempre gostei muito e ainda gosto do que faço).

Com o passar dos dias, andar de moto virou um negócio muito prazeroso, e eu passei a passear aos finais de semana, chegando até a levar a minha esposa na garupa as vezes, embora ela não goste tanto quanto eu, ainda que ela me apoie na decisão de ter moto, mesmo ficando preocupada.
Então, sem querer, a moto ganhou mais uma vantagem pra mim, o que a colocou em uma posição bastante considerável na minha vida.

Por isso, por ser uma moto fraca, de baixa cilindrada, e que eu passei a usar para ir e voltar do trabalho, mas também para lazer, comecei a analisar alguns pontos:


  • A Intruder 125 é uma moto menos potente do que outras motos 125 cc, inclusive scooters;
  • Meu estilo de pilotagem é muito imcompatível com o de muitos motoqueiros, que em sua grande maioria, gostam de correr, ou por terem motos mais potentes, ou por serem motoboys, que são mais experientes, ágeis e audaciosos do que eu;
  • Existe um preconceito mascarado com motoqueiros de motos de baixa cilindrada, vindo principalmente de outros motoqueiros, pois motoristas de carro geralmente tem preconceito por qualquer motoqueiro, não importa a moto;
  • Motos de baixa cilindrada tendem a deixar a desejar em uma manobra rápida, e é nítido o esforço feito pelo motor quando se tem que acelerar acima dos 70 km por hora;
  • Por ser uma moto mais simples e econômica, as vezes tenho a sensação de que não estou muito seguro, pois a moto parece ser muito frágil. Isso provavelmente é coisa da minha cabeça, pois a moto é um espetáculo;

A decisão de mudar

Após reparar nesses detalhes, passei a analisá-los diariamente, e comecei a me sentir menos satisfeito com a moto, até que me dei conta de que o problema não era a moto, e sim o meu estilo de pilotagem é que havia tomado forma. E foi então que comecei a considerar comprar uma moto mais potente.
Por muitas semanas, relutei comigo mesmo, já que tenho uma moto muito prática, econômica, de baixa manutenção e super bonita, que além de ter um estilo clássico, eu a reformei pra ficar ainda mais bonita, mas aquela pequena instatisfação continuou a me incomodar. Então comecei a pesquisar motos, e já tinha em mente quais os requisitos eu gostaria de ter na futura motoca:

  • Estilo clássico (de novo);
  • Cilindrada entre 250 e 400 cc;
  • Que fosse ano 2008 ou superior, por conta de manutenção, peças e seguro;
  • Que não fosse muito "gorda", pois precisaria passar pelos corredores;
  • Que fosse de uma marca confiável para evitar surpresas no futuro;
  • Um valor intermediário, entre R$ 10.000 e R$ 15.000;
E foi então que comecei a entrar em pânico, pois acabou que a minha configuração ideal se tornou muito exigente, e acabei esbarrando em uma série de dificuldades:

  • Motos clássicas são geralmente custom, e praticamente todas elas são muito largas para o corredor;
  • As motos com a cilindrada e o preço que eu queria eram mais velhas do que 2008;
  • As motos com o design, cilindrada e preço de acordo com o que eu esperava eram de uma marca duvidosa;
  • O Brasil é carente de motos clássicas/custom intermediárias, ou seja, eu teria que sair de uma moto de R$ 5.000 para uma de R$ 20.000 usada ou R$ 30.000 nova;
Dadas essas circunstâncias, uni o útil ao agradável, e pensei que talvez poderia comprar uma Harley Davidson Sportster 883 usada, uma moto que atenderia a todos os meus requisitos, com as ressalvas de ter uma cilindrada maior do que eu previa, e custando um valor um pouco fora do meu orçamento.
Como todo bom brasileiro, comecei a fazer as contas de como poderia pagar por uma moto dessas, apertando um pouco o cinto daqui, economizando uma grana mensal dali, vender umas coisas que não uso mais, como meu video game Wii U (e que ainda preciso vendê-lo, inclusive), e conclui de que, com um certo sacrifício, seria possível comprar a tal motoca.

A outra, e única opção, além da Sportster, seria a Triumph Bonneville T100, que foi relançada pela Triumph há pouco tempo, e que custa a mesma coisa, ou um pouquinho menos do que uma Sportster nova.
A Bonneville tinha mais a ver comigo, pelo estilo, pelo conforto, pelo motor mais silencioso, e pra mim era a escolha perfeita, com um pequeno problema: As usadas custavam quase o preço de uma nova, diferente da Harley que, por estar no mercado há mais tempo, poderia ser comprada por um valor mais em conta.

Foram mais algumas semanas de estudos, análises, pesquisas e diálgos com muita gente, voltei a fazer cálculos, estudei meu orçamento repetidas vezes, até que conclui que faria sentido comprar uma Bonneville 0km, se eu pagasse uma parte do valor e financiasse o resto. Ficaria mais barato dar uma boa entrada ao invés de comprar uma moto de R$ 20.000 usada, as parcelas não compometeriam drasticamente meu orçamento e nem minhas responsabilidades financeiras, como cartão de crédito e outras contas mensais.

Depois disso, passei outras semanas pensando se seria o correto a fazer, e se eu não me arrependeria depois. Eu sei que não é todo mundo que tem condições de adquirir um bem como esse, mas mesmo eu podendo comprá-la, estaria dando um passo maior do que a perna, tanto no upgrade de motos, mas principalmente, financeiramente falando. Se pelo menos o governo não cobrasse 60% do valor do veículo em impostos...

A aquisição

Eu tinha os cálculos, eu tinha exatamente o que eu queria, eu fui coerente e responsável acima da minha empolgação, então decidi ir até a concessionária fazer um test ride (eu falo test drive, mas eles sempre me corrigem que moto é "ride").
Por mais que eu soubesse o que eu queria, nunca havia andado na moto, e quando andei, tirando o estranhamento de pilotar algo tão potente em relação ao que eu estava habituado, foi amor a primeira vista!

O vendedor fez uma proposta e "segurou" a moto pra mim por 3 dias, e então acabei fechando o negócio numa segunda-feira.
Após quase duas semanas, por conta da demora do DETRAN em liberar a placa e realizar o emplacamento, peguei a motoca!
Fiz o seguro e já saí da concessionária com ela protegida e segui subindo a avenida Morumbi em direção à avenida Ibirapuera rindo à toa quenem criança. Lembrei de quando minha mãe me deu uma caixa com um monte de Transformers de presente de Natal!


E agora, José?

Bom, tirando o caminho de volta pra casa, andei na moto poucas vezes. Saí com ela no mesmo dia a noite e dei uma volta até o começo da Avenida Paulista e voltei.
Na sexta feira, fui trabalhar de trem, pois deixei a Intruder no trabalho, cheguei em casa e não saí mais.
Hoje, sábado, fui no café da manhã que a concessionária da Triumph promove todos os sábados, e depois fui visitar um amigo, e andei pela Raposo Tavares, primeira vez andando numa estrada.

A idéia inicial era substituir a moto menor, porém, como essa moto é mais cara, mais pesada, menos versátil nas manobras e com maior consumo de gasolina, muitas pessoas tem me sugerido para ficar com as duas, e utilizar a Intruder no dia a dia, e a Bonnie (é assim que o pessoal chama ela por aí haha) pra lazer e finais de semana.
Eu ainda não me decidi totalmente sobre isso, mas a princípio é isso que pretendo fazer mesmo, até porque a Intruder dá pouquíssimo gasto, e realmente não faria muita diferença ficar com as duas, a não ser o fato de que, se eu a vendesse, poderia abater um pequeno valor da moto nova. Porém, como a Intruder é uma moto muito barata, nao sei se faria muita diferença, então vou tocando dessa maneira, e só o tempo vai dizer o que é melhor ou não. A vida é assim, estamos em constante aprendizado e transformações!

Minha recomendação

Apesar de tudo o que eu fiz, pensei e descrevi aqui no blog, não recomendo esses passos a ninguém. Primeiro, porque você deve seguir seus próprios sentimentos, estilo de pilotagem, orçamento e assim por diante.
Se você tem condições de pagar por uma moto desse valor ou maior, tenha um pouco de paciência, adquira mais experiência antes de pegar uma moto tão potente e pesada. Se dinheiro não for problema pra você, pense que essa moto corre muito mais, e as chances de sofrer um acidente provavelmente aumentarão. Além do mais, se uma moto de 300 kg despencar sobre sua perna, é bem possível que você não consiga se mover, e até se machucar.

Começar a pilotar com uma moto de baixa cilindrada é o ideal, pois qualquer erro que você venha a cometer será em baixas velocidades, ou pelo menos, bem mais baixas do que em motos maiores, e logo, o risco de se machucar é menor. Além do mais, motos de baixa cilindrada são geralmente "magrinhas" e leves, e consequentemente mais versáteis para se manobrar no trânsito.
Porém, eu consideraria como baixa cilindrada e recomendável para iniciantes, não apenas motos de 125 cc, mas entre 125 e 250 cc. As motos de 250 cc tem o dobro da potência, e obviamente exigem maior prudência na pilotagem, mas conforme você for evoluindo como piloto, elas se tornarão mais adequadas, pois o tempo de resposta na aceleração e frenagem (pelo que pesquisei, todas possuem frio a disco, o que nem todas as 125 tem) são superiores às motos 125cc.

Bom gente, isso é tudo o que eu tinha pra essa semana. O post ficou meio comprido, mas serve pra compensar o da semana passada que eu não escrevi.
Se tiverem dúvidas, perguntas ou quiserem corrigir algo que eu tenha dito, por favor, deixem seus comentários.

Abraço!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sinais de que você deveria ter uma moto

Hoje, eu olhei a data de emissão da minha carteira de motoqueiro, e percebi que estou habilitado há 10 meses já, e andando de moto há 6 meses.
Apesar do pouco tempo, tive um, digamos, treinamento intensivo, já que andar em São Paulo realmente não é fácil, nem a pé!
Pra agravar ainda mais a coisa, comecei andando pela 23 de Maio, considerada por muitos motoqueiros experientes, um dos piores lugares pra andar de moto na cidade.

Já carta de motorista de carro eu já tenho há muito mais tempo, porém, desde que me mudei pra São Paulo, praticamente só usei o carro a passeio.
Eu admito, não sou um bom exemplo de motorista paulistano, pois como diz um amigo meu, quando eu estou parado no semáforo já saio dizendo que peguei trânsito, e que eu não conheço o verdadeiro trânsito da cidade. Ele está certo!

Porém, querendo ou não, ando pelas ruas dessa cidade há 14 anos, e é possível identificar o perfil de alguns motoristas de carro. Vou ainda mais longe, e digo que esse perfil não é exclusivo do pessoal daqui, e gostaria de comentar sobre alguns desses perfis, pois acredito que muita gente estaria muito melhor andando de moto do que de carro.
Sério, de coração, não é deboche nem nada, mas eu acredito de verdade que muita gente por aí poderia estar muito mais feliz e bem humorada, e pode estar perdendo tempo:

O apressado

Não importa o motivo, não importa a potência do motor, tem cara que está sempre com muita pressa!
Ontem, Domingão ensolarado e o pessoal dando um passeio por aí, todos descontraídos, sorridentes e animados, e uma moça atrás de mim, DESESPERADA pra passar. Mas o caminho na minha frente estava parado, e ainda assim a deixei passar. Ou seja, a moça ficou UM CARRO a frente do trânsito todo, e pior, andando no meio das faixas, pra poder aproveitar fosse lá qual dos dois lados abriria espaço primeiro.
Moça, você seria uma boa motoqueira, viu!? Não iria precisar pressionar o carro da frente, e poderia ficar ali entre as duas faixas sem atrapalhar ningúem. E mais legal ainda, poderia ir embora entre as duas filas de carros, e nem precisaria correr :D

O Ayrton Senna

Sério, a justificativa é super válida, e não é nem um pouco fútil. Conheço pouquíssimas pessoas que não gostam de velocidade. Cara, todo mundo gosta, seja correndo a pé, de bicicleta, pulando de para quedas, no video game.
Não tem jeito, é uma das maneiras mais gostosas de aumentar a adrenalina, e a Física é de graça rapaz, basta aumentar a velocidade de qualquer jeito que você conseguir!

Embora, seja um pouco parecido com o apressado, o amigo Senna tem paixão, ou até as vezes, obsessão por velocidade! É aquele cavalheiro (ou dama, porque não) que aproveita todas as oportunidades pra acelerar  carro, fazer valer a pena o investimento no ronco do motor e de repente, até chamar a atenção das mocinhas na rua, que provavelmente também são fãs da velocidade!

O problema é que deve ser super frustrante gostar de correr e ter que parar no trânsito ou pegar um motorista mais lerdo na sua frente. Sem contar que é super arriscado correr com um veículo desse tamanho, e que, deus me livre guarde, acontece um imprevisto e a pessoa perca o controle do carro, pode fazer um grandioso "strike" e machucando um monte de gente na calçada ou até mesmo no trânsito.

Senninha, pegue uma moto! A adrenalina sobe muito mais rápido e até com menos velocidade, pois você sente no corpo o vento conforme vai acelerando.
A agilidade da moto te dá liberdade pra fazer manobras seguras com velocidade mais alta, coisa mais arriscada de se fazer com o carro.
Existem motos cujo foco é totalmente na velocidade, e elas nem custam muito caro! Não perca tempo, tire sua carteira de motoqueiro e faça um test ride!

O lobo solitário

Esse é provavelmente a maioria. Nossa, aqui perto de casa tem uma rua perpendicular a avenida Jabaquara que fica super cheia de carros entre as 18 e as 20 da noite todo dia.
Claro, esse é apenas um pequeno exemplo de uma rua cheia. E nem é trânsito, e sim um semáforo que demora pra caramba pra abrir, pois a preferência é pra quem está na avenida.
Conclusão: você acaba ficando preso em 2 quarteirões por uns 4 ou 5 ciclos de abertura e fechamento do semáforo.
As vezes eu vou no supermercado da esquina (a pé, normalmente) e me deparo com aquela cena triiiiiiiiste, as pessoas cabisbaixas, chateadas, cansadas, apoiando a cabeça no braço, que está apoiado na porta aberta... é tão triste...

Então eu começo e brincar de contar quantas pessoas estão sozinhas no carro, e é aí que eu fico ainda mais triste! Quase todos os carros estão com apenas o motorista!
Então eu penso que aquela pessoa triste e moribunda poderia estar feliz e saltitante lá na frente com sua moto, esperando o semáforo abrir e seguir viagem, tomando um vento no rosto, em movimento, passeando, curtindo a paisagem.
Amigo solitário, você poderia estar ocupando o espaço de 1/4 do que seu carro ocupa, e poderia economizar ao menos 4 ciclos do semáforo! Pense nisso

O exibidão

Tem os que gostam de ostentar, tem os que são ricaços e adooooooooram desfilar com suas super máquinas caras e bonitas, tem o rapaz que adora fazer parte desse grupo e financia um baita carrão em 4 gerações, enfim, tem bastante gente por aí que, independente do motivo, curte chamar a atenção nas ruas.

Amigo, as vezes o seu carro é tão grande que ele acaba até fazendo o papel inverso, e assustando os outros ao invés de atraí-los.
Ou ainda, (ok, isso acontece com motos também, não vou dizer que estamos isentos) pode chamar a atneção de quem você não queria, como bandidos, ladrões, invejosos mal intencionados e fãs de Funk batidão.

Seja lá qual for o teu motivo, você poderia estar fazendo isso com uma moto linda! Tem pra todos os gostos e bolsos, que atraem todos os tipos de pessoas, inclusive as que você pretende chamar a atenção.
Preste a atenção quando ver uma moto bonita na rua. Elas chamam tanto, ou mais a atenção do que um carro.
E você ainda pode complementar, comprando um capacete estiloso e saindo com uma jaquera de couro irada! Compare você mesmo!

Existem outros perfis, mas esses são os que mais despertam a minha curiosidade por aí.
Eu não estou tentando convencer ninguem a comprar uma moto, ou tentar provar de que moto é legal pra caramba e todo mundo deveria ter uma, embora, sim, eu pense isso! haha

Moto é um treco perigoso, que exige muita, mas muuuuuuuita responsabilidade, e ainda assim, isso não te isenta de sofrer um acidente.
A questão é que, como eu já disse, acredito que muitas pessoas seriam mais felizes se tivessem uma moto.

Quer ver uns detalhes que eu não sabia, e só me dei conta depois que comecei a andar de motoca? Olha só:

  • Moto não paga Zona Azul
  • Moto estaciona em qualquer buraco
  • Não te pedem pra "tomar conta" da moto, os famosos flanelinhas
  • Não te pedem esmola no semáforo, nem te entrgam papel daquele "empreendimento imperdível a apenas 5 minutos do centro"
  • Alguns pdeágios são gratuitos
  • Alguns estacionamentos de Shoppings e afins são gratuitos
  • Economiza pra caramba com combustível (a maioria das motos comparadas aos carros)
  • Você pode sair mais tarde para o trabalho, e chega no horário
  • Você sai do trabalho e chega um pouquinho mais cedo em casa

Se você lê o meu blog, muito provavelmente já tem moto, ou gosta e um dia terá, ou está se convencendo de ter.
Sugiro mostrar esse post a aquele teu amigo que você lembrou quando leu o post, pois pode ser acabemos fazendo um bem muito grande pra esse amigo! Ou assim, pelo menos, é como a coisa soa dentro da minha cabeça maluca.

Assunto meio nada a ver, mas pelo menos eu me diverti escrevendo. Espero que tenham curtido de ler também.
Valeu!

sábado, 16 de agosto de 2014

Começando a pegar a manha: Novos cuidados

Fala pessoal, como estão? Nossa, não sei quanto a vocês, mas pra mim, até esses dias atrás era ano novo, e olha só, já estamos em Agosto!

Bom, como eu havia comentado, fiquei algumas semanas sem postar, pois estava viajando a trabalho, e os dias foram bem turbulentos por lá, onde eu estava.
Não bastasse essa correria, essa primeira semana de volta s São Paulo foi uma outra correria maluca no escritório. Acho que isso faz parte de se começar em um trabalho novo, com novos desafios, coisas a aprender, etc.

Um outro motivo pelo qual não escrevi, é que não achei que passei por muita coisa nova nos últimos dias, e das poucas coisas que reparei seriam muito pequenas pra fazer um post, ou no final das contas, nem achei que seria tão relevante postar algo que não tivesse muito a ver com motoqueiros novatos.

Foi então que eu me dei conta de que, talvez, só talvez, eu já não seja mais um motoqueiro novato, e que não terei mesmo muitas novidades pra falar sobre dicas e/ou minhas experiências como um motoqueiro novato.

Mas, calma lá! Se você é um motoqueiro experiente, e está lendo isso, provavelmente pode estar pensando: "ha!, coitado. Anda de moto há seis meses e se acha o Motoqueiro Fantasma kkkk".
Pois é, amigo experiente, eu tenho essa noção, e o senhor está coberto de razão!

Encurtando a história, eu penso sim que tenho muito o que aprender, muitas experiências a vivenciar, e acho que mesmo o cara que pilota há anos, volta e meia acabará aprendendo algo novo. Sabe quando você pensa "pqp, faz anos que eu faço isso, e hoje descobri um detalhezinho super importante que eu vejo caras bem menos experientes fazendo há tempos". Pois é, tudo na vida é assim, só não enxerga quem não quer. E não dar o braço a torcer e ignorar essa condição do ser humano pode ser um erro grave. Ainda mais em se tratando de algo como pilotar uma motoca!!!

Esse post será basicamente sobre isso, e você muito provavelmente já ouviu alguem dizer: "é na hora que você fica confiante ao pilotar que o risco aumenta". E eu tenho seguido essa teoria, pelo simples fato de que prevenir nunca é demais, por mais que esse argumento da confiança seja a maior besteira do mundo.

Ok, uma vez mais: procure sempre ser um motoqueiro melhor, mas nunca ignore a condição humana de estar sempre aprendendo algo, e jamais pense que você sabe tudo.

Como saber que não sou mais novato

Isso sim é algo que podemos discutir com mais certeza, e ainda assim, eu consideraria algumas ressalvas.
Quando comecei a pilotar, meu maior inimigo foi a minha própria cabeça. Muita preocupação ao mesmo tempo, umas com razão e outras sem importância, mas ainda assim, aquele conjunto de preocupações disputavam acirradamente um espaço na minha cabeça com a minha vontade de me concentrar na pilotagem.

O que quero dizer com isso é que, além do óbvio medo de pilotar e de sofrer um acidente, andava com o peso de ter amigos e familiares preocupadíssimos comigo, dizendo que moto é perigoso, o medo de cair, a preocupação com outros motoristas e motoqueiros impacientes, a falta de destreza ao trocar de marchas e não deixar a moto morrer no meio de uma avenida, o medo de esquecer algo obrigatório como abaixar a viseira do capacete, e tomar uma multa por motivo bobo, e assim por diante.

E, como tudo no nosso corpo está interligado, essa preocupação comprometia radicalmente minha pilotagem, deixando meus braços e pernas super tensos.
Por muitos dias eu dirigi super tenso. O pessoal do trabalho na época dizia que eu parecia um quadradinho em cima da moto de tão duro!
A situação é horrível, pois você tem consciência de que não sabe pilotar direito ainda, e a sua confiança em si mesmo é quase nula. Que situação...

Você tem a sensação de que todo mundo sabe que você não sabe pilotar direito, quando na verdade é ao contrário. Todo mundo assume que você sabe pilotar, e muito mal, por sinal. Por isso as pessoas buzinam e são impacientes. Isso apenas acenuta o nervosismo, medo e a falta de confiança.
Se um carro ou uma moto faz uma barbeiragem na sua frente, quase nunca se é capaz de avaliar se aquilo estava certo ou errado, ou se foi você quem errou ou ocasionou uma manobra ruim de outro veículo.

Essa tensão do corpo compromete direamente na pilotagem, pois moto se pilota com o corpo todo. E se o seu corpo estiver duro feito o povo brasileiro quando o Collor pegou a grana da poupança de todo mundo, sua pilotagem vai ser uma verdadeira desgraça.
Por algumas semanas, cheguei a pensar em desistir de pilotar moto, pois aquilo parecia um inferno eterno, onde eu ficava nervoso e tenso, prejudicava a própria pilotagem, e isso me deixava mais nervoso, formando um ciclo horrível. Parecia que aquilo nunca mais ia acabar.

No começo realmente tudo foi muito dificil, mas a cada kilometro que eu andava, reparava em cada detalhe, na mudança de marcha errada, na curva mal feita, na seta que eu esqueci de desligar. Reparava nos outros motoqueiros e em seus estilos de pilotagem. Tinha consciência de que cada pessoa tem um estilo, entçao eu tentava reparar nas manobras em comum entre todos os motoqueiros que eu prestava atenção.

Com o passar das semanas, eu comecei a melhorar nesses pequenos detalhes. Chegava em casa do trabalho e ficava pensando no trajeto, nos buracos do asfalto, no carro que me fechou, no motoqueiro que ficava buzinando intermitentemente pra eu sair da frente dele como se ele fosse dono da avenida.
De repente, o ciclo do mal começou a se quebrar, e eu comecei a sair do básico. Cometi erros, vários erros, experimentei coisas, bati em retrovisores, deixei a moto morrer váaaaaaaarias vezes, e aos poucos isso foi diminuindo até deixar de acontecer.

Passada essa fase inicial, senti que era hora de experimentar manobras mais complexas, como fazer curvas com a moto mais deitada, controlar corretamente a troca de marchas, fazer curvas de emergência, jogar o corpo para os lados. Passei a confiar mais em mim e na moto, e não tive problemas em efetuar as manobras que eu queria.
Fiquei mais confiante ao passar entre os carros no corredor, sem nem sequer chegar perto dos retrovisores. Aprendi um pouco melhor a hora certa de recuar a moto ou acelerar mais para passar entre carros. Memorizei muitas situações onde carros, motos e pedestres estiveram em posição de negligência ou vítimas de terceiros, e com isso, passei a prever acidentes com maior destreza.

Após passar por tudo isso, eu me enganei pela primeira vez, e achei que eu não era mais um novato, até começar a repetir alguns erros novamente. Aquele sentimento de conquista e de confiança foram um pouco perdidos, pois penso que uma pessoa com um mínimo de experiência não deveria cometer tamanhos errinhos bobos.
Eu não me intimidei, e repeti o processo de auto-avaliação, voltei a pensar no trajeto percorrido, corrigi detalhes, me certifiquei que pequenos errinhos não voltassem a acontecer, e então, finalmente, achei que não era mais um novato.

E agora, é onde estou. Fiquei duas semanas fora sem pilotar, e voltei tranquilamente, sem errar nada, sem cometer erros básicos, andando confiante nas ruas e nos corredores.
Hoje, sou capaz de identificar quando um motoqueiro está certo ou errado, pelo menos nos casos mais comuns, obviamente.
Algumas vezes, evito ou desisto de uma manobra, e vejo outro motoqueiro fazendo-a e se dando mal, infelizmente. Claro, o contrário também acontece frequentemente, o que demonstra que ainda tenho muito o que aprender, e sempre terei.

A minha maior preocupação no momento, é a minha confiança. Na Segunda-feira, saí para trabalhar, e acabei acordando um pouco mais cedo, o que fez com que eu pegasse muito pouco trânsito na hora de descer a Av. dos Bandeirantes. Fiquei surpreso com a facilidade que lidei com a descida, minhas manobras e, principalmente, com a velocidade que cheguei no trabalho.
Ao passo em que fiquei super contente (sem falar que andar de moto sem trânsito é muito mais gostoso), senti que, talvez, eu estivesse um pouco confiante demais, e aquilo me preocupou.

Perto da hora de voltar pra casa, pesquisei no Google Maps se havia um caminho alternativo para voltar pra casa, ma esperança de pegar um caminho mais tranquilo, ainda que mais longo e demorado.
Fiz um caminho pegando muitos semáforos e com muitos carros, mas que foi bem menos tenso do que o corredor da Av. dos Bandeirantes, ainda que cheio de motoristas muito negligentes e desatentos. Mas aquilo foi bom, pois foi uma nova experiência e um exercício de paciência e atenção, porém, estava bem mais relaxado.

Acho que foi uma excelente decisão, pois confesso que fiquei com medo de subir a avenida com tanta confiança, e acabar sofrendo um acidente.
Além do mais, considero um bonus ter aprendido esse novo caminho, pois no dia seguinte choveu na hora de ir pra casa, e acabei o repetindo. Nesse dia as coisas foram melhores, pois ja sabia por onde teria que passar, apesar da chuva e dos motoristas, que parece que ficaram piores em relação ao dia anterior.

Esses dois dias voltando pra casa por um caminho mais calmo me fez perceber que, no final das contas, não era assim tão vantajoso e relaxante quanto eu pensei, mas que era sem dúvida uma boa alternativa pra quando eu estiver cansado ou mais distraído. Porém, a realidade é que, apesar da minha preocupação com excesso de confiança, a realidade é que eu me tornei realmente um piloto melhor!

O que me traz ao dilema atual: ter plena consciência de que eu estou evoluindo como piloto, mantendo sempre em mente de que a vida no trânsito será sempre imprevisível. E que não importa quanta experiência eu tenha, sempre haverá algo novo que eu ainda não havia pensado ou previsto.

Pilotar moto é gostoso demais, e eu aproveito cada metro percorrido, cada vento no rosto, cada ronco do motor. Estragar isso seria uma pena, perder o prazer dos detalhes. É por isso que devemos ponderar os sentimentos, e nunca nos esquecermos que pra podermos curtir tudo isso, precisamos estar vivos e saudáveis. Pense nos seus familiares, na sua esposa, no seu marido, e volte sempre bem pra casa para abraçá-los bem forte.

Espero que esse post não tenha sido muito aquém das expectativas, pois pra mim, ele ainda é muito interessante para novatos :)

Ah sim, já ia me esquecendo. Estou começando a pensar em comprar uma moto de cilindrada maior. Se você me perguntar se eu realmente preciso, admito que não, mas que estou com vontade de ter uma motoca mais parruda e bonita, isso sim.
Não que eu não goste da minha moto, e eu acho ela muito mais bonita do que muita moto cara por aí.
Não está nada decidido, e não posso comprometer meu bolso com algo desse tipo no momento, mas certamente é algo que estou considerando e estudando desde já.

Abraço e bom final de semana a todos!